Dois abrigos que resgatam cães e gatos que foram abandonados pelos donos em avenidas e ruas de Cuiabá e Várzea Grande correm o risco de fechar as portas nos próximos meses. Tudo porque as fundadoras das organizações não governamentais (ONGs) trabalham por conta própria e ainda precisam retirar do que ganham para manter a alimentação e manutenção dos ‘fofos peludos’.
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Fundação precisa de doações de rações e dinheiroAcontece que está faltando doações e muitos donos deixando os animais na porta dos abrigos, quando não rejeitam os animais amarrados em locais distante.
Na fundação ‘Anjos Peludos’, Cinthia Amorim, ampara 25 cachorros e para manter as despesas dos animais ela já gastou o que não tem e ainda tem uma dívida de R$ 11 mil em uma clínica da cidade.
Conforme Cinthia, a situação chegou dessa forma porque além da alimentação, os cachorros também precisam de atendimento clínico já que alguns têm leishmaniose, são cegos e possuem a coluna quebrada.
Esses tipos de cães normalmente ficam anos nas casas de apoio porque muita gente não tem intenção de adotar um cão para ter uma despesa e cuidado além do considerado básico. Por causa, disso, as despesas na instituição mesmo sem as doações foram sendo mantidas na conta de Cinthia.
Agora, sem ter como mais arcar sozinha com toda a situação ela decidiu por um limite e se não conseguir na vaquinha o valor da dívida até o dia 25 de maio, Anjos Peludos deixará de existir.
Por enquanto, R$ 3.670 já foram arrecadados, mas esse valor não cobre nem 50% da dívida.
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Animal recuperado em situação de vulnerabilidade“E infelizmente chega um momento que você tem que parar porque são despesas que crescem a cada dia com ração, cirurgias e medicamentos. Por mês, são gastos R$ 5 mil”, detalhou.
Cinthia sai de casa no final da tarde para trabalhar das 19h às 4h [da madrugada]. No restante das horas do dia que tem se dedica para dar carinho aos cães na casa dela onde ficam os animais.
O amor pelos peludos começou com a pit bull Teca. Para Cinthia chegou a informação que o animal havia sido abandonado em uma árvore em uma região de mata localizada em Várzea Grande. Chegando lá depois de minutos de procura, ela encontrou Teca que já nem aguentava mais latir e deu uma tosse de socorro.
“O animal estava amarrado em um pé de manga há 45 dias sem comer e beber. Em um peso normal um pit Bull pesa 60 quilos. A Teca pesava 15 quilos. Agora, depois de um ano meio ela ficou 50 quilos após a recuperação. Porém, na época o caso dela repercutiu eu fiz um vídeo do resgate que chegou alcançar 11 milhões de visualização”, comemorou.
Na OPAA que abriga apenas gatos a dificuldade é a mesma. São 10 anos de luta da servidora pública Ivone Galindo, e ela não conseguiu um apoio em verba e nem mesmo um espaço para colocar os filhotes.
Ao HiperNotícias, Ivone contou que ao todo são 160 gatos e 19 cachorros que dependem dela. Para sustentar os quase 200 bichos que vivem em uma chácara na estrada de Chapada dos Guimarães, distante a 65 km de Cuiabá, ela gasta R$ 10 mil entre ração, aluguel e clínica.
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Pit Bull resgatado há um ano já foi recuperado Só de ração para alimentar os cachorros em 20 dias são R$ 3 mil. O que significa que ela ainda gasta mais uma quantia em dinheiro para conseguir chegar até o final do mês.
Já nas clínicas em que precisou levar os animais para receber algum tratamento no veterinário a dívida já chegou a R$ 13 mil.
“Eu nunca consigo quitar porque todo dia é um problema diferente e pelo salário que ganho pago de R$ 500 em R$ 500. Só que infelizmente se continuar assim também vou precisar fechar as portas”, lamentou.
Ainda conforme a servidora, as doações que ela recebe dos amigos são importantes, no entanto, o que chega atende apenas 10% do que precisa.
“A fundação começou como uma associação com várias pessoas. No decorrer dos anos o pessoal viu que era difícil manter pela falta de doações e acabaram me largando sozinha. É triste ver que as pessoas e nem o Poder Público que tem a obrigação de cuidar não estão nem ai para esses animais”, finalizou.
Doação
Quem tiver interesse em doar para os abrigos Anjos Peludo e OPAA podem entrar em contato pelos números (65) 99683-4983 ou pelo (65) 9968 1998.
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Animal recebeu alimentação, cuidado clínico e cama quente para se acolher
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