O movimento LGBT Livre Mente, de Cuiabá se pronunciou diante das declarações feitas pelo deputado federal e pastor da Igreja Assembleia de Deus, Victório Galli (PSC), na quarta-feira (8) sobre a companhia americana de entretenimento Disney. Segundo o parlamentar, o personagem Mickey Mouse “representar o homossexualismo” e está “destruindo as famílias e as crianças”. O deputado também falou que o filme Rei Leão também sugere influências homossexuais.
Reprodução Facebook
Gabriel Figueiredo é representante do movimento LGBT Livre Mente em Cuiabá
Procurado pelo Hipernotícias, Gabriel Henrique Figueiredo, representante do movimento LGBT Livre Mente, disse que o deputado “está utilizando uma estratégia para ter mídia”.
No último domingo (5), Galli compartilhou em sua página oficial de uma rede social a imagem de um desenho de Jesus protegendo uma criança da Disney, representada pelo desenho das orelhas do personagem Mickey Mouse, símbolo oficial da companhia.
“A tentativa do deputado é colocar a população de gays de forma pejorativa e negativar esse grupo social, através de um personagem que não tem nada a ver com o público alvo”, manifestou o representante da comunidade LGBT. Para Gabriel, o deputado estaria tentando, além de chamar a atenção, negativar a imagem dos personagens os colocando como homossexuais, como se ser homossexual fosse algo negativo.
Gabriel acredita, ainda, haver outras questões por trás do comportamento do deputado e diz que a maneira com que o parlamentar trata a população homossexual é considerada homofobia. “Homofobia está para além da agressão física. Está para além da agressão psicológica, do assédio moral e sexual. Homofobia está para além daquilo que é carnal. Existem várias formas de violência, assim como existem várias formas de se manifestar a homofobia”, explicou.
Alan Cosme/HiperNoticias
Galli disse em entrevista ao HiperNotícias que Mickey homossexualismo
Para o rapaz, muito além de atingir apenas a comunidade homossexual, os discursos sobre a família tradicional, disseminados por Victório Galli, atinge outra grande parcela da população. “Para a infelicidade dele e daqueles que acompanham essa ideologia reacionária e criminosa, eu diria, existem múltiplas formas de família. Existe uma mãe com filho sem a figura do pai, ou o contrário. O neto criado pela avó ou a criança pela tia, assim como os casais homoafetivos. A gente está lidando com vidas”, manifestou.
O deputado federal Victório Galli (PSC), que atualmente é coordenador da bancada federal de Mato Grosso, pertence a bancada evangélica no Congresso Nacional e cabo eleitoral do seu correligionário Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pré-candidato a presidência da República, foi eleito em 2014 com 64.691 votos.
Segundo Gabriel, “não é possível negar a legitimidade do pensamento dele”. Ele afirma que, uma vez que o deputado tenha sido eleito, ele representa certa parcela da população que, eventualmente, pensa da mesma forma. No entanto, é preciso ter cautela ao tratar de certos assuntos.
“Ele pode não concordar com as formas que não são famílias tradicionais, mas não pode fechar os olhos para isso. Se trata da vida de outras pessoas”.
O representante da comunidade LGBT ressaltou ainda que, enquanto deputado, Galli é inexpressivo e que há outros assuntos com os quais o deputado deveria se preocupar. “Ele é um deputado que não faz o que, de fato, a população mato-grossense necessita que um deputado federal faça dentro de um congresso nacional, dentro da Câmara de Deputados Federais”, expressou. “É triste ver que, com tantos problemas sociais e a realidade que o Brasil vem enfrentando, a gente tem um deputado federal dentro do congresso nacional que poderia estar debatendo essas questões, mas está perdendo tempo para discutir, ao em vão, pautas inconstitucionais”.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.
