As recentes mortes de macacos registradas no sul de Mato Grosso, na região de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), não podem ser ligadas à Febre Amarela, uma vez que não foram realizados exames que comprovassem a presença da doença nos animais. Como afirmou o veterinário do Centro de Zoonoses de Rondonópolis, Marcelo de Oliveira.
Na última sexta-feira (17) foi encontrado morto um macaco na região da ponte Aroldo Marmo de Souza, na avenida Beira Rio. O fato deixou a população assustada, temendo que pudesse ser indícios da chegada da Febre Amarela no Estado.
O Centro de Zoonoses de Rondonópolis recebeu o animal na manhã de domingo (19) e realizou necropsia para descobrir a causa da morte, que apontou ferimentos no macaco. Para o médico veterinário, é mais provável que ele tenha sido atropelado. “Ele foi encontrado numa região de mata, onde é comum animal sofrer acidente”, comentou.
Apesar do laudo, a hipótese da presença de Febre Amarela no animal não pode ser sequer checada, uma vez que o macaco foi recolhido cerca de 48 horas depois do atropelamento. “Não temos como fazer um exame de Febre Amarela depois de seis horas da morte do animal, porque o vírus já não é detectável”, explicou o doutor.
O médico veterinário chama a atenção para as denúncias da população, que são importantes para que o Centro chegue aos animais a tempo. “Se a pessoa vir um macaco na estrada, ou cambaleando, ou morto, ela deve avisar ao Centro de Zoonoses, para que a gente consiga resgatar o animal a tempo”, ressaltou Oliveira.
Outros três casos de morte de macacos foram registrados no município de São José do Povo (45 km de Rondonópolis). Os corpos dos animais foram encaminhados para o Centro de Zoonoses de Cuiabá para exame, porém, até o momento do fechamento desta matéria, a reportagem não conseguiu contatar um responsável.
Macacos e a Febre Amarela
Muita desinformação ronda o tema quando se relacionam macacos e a Febre Amarela. Ao contrário do que muitos imaginam, o animal não transmite a doença, mas é vítima dela, assim como o ser humano.
A transmissão do vírus se dá, na verdade, pelo mosquito Aedes aegypti, conhecido por ser transmissor da dengue, Chikungunya e Zika Vírus.
Por ter baixa resistência ao vírus, a morte do macaco é tida como um alerta para a presença da Febre Amarela. Principalmente porque sua morte em abundância não é um fenômeno comum, como no último surto de mortes pelo vírus, em 2008, no Rio Grande do Sul, que matou cerca de dois mil macacos da espécie bugio.
É importante também esclarecer que o macaco não chega a ser reservatório do vírus, uma vez que, ao ser infectado, ou tem uma morte rápida ou se torna imune para o resto da vida.
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