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Cidades Domingo, 22 de Janeiro de 2017, 17:40 - A | A

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Domingo, 22 de Janeiro de 2017, 17h:40 - A | A

OPERAÇÃO HASTAG

Morte de acusado de terrorismo em MT ainda não foi esclarecida

MAX AGUIAR

Passados mais de 90 dias da morte por espancamento do preso Valdir Pereira Rocha, 34 anos, considerado pela Polícia Federal como um dos terroristas brasileiros que teriam plano de ataque durante as Olímpiadas do Rio de Janeiro, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ainda não concluiu o inquérito do caso devido a um problema que já se arrasta há meses no Instituto Médico Legal de Cuiabá: liberação de laudo por parte da Politec. 

 

Comando Regional 2

Capão Grande detentos

Morte de Valdir ocorreu dentro da antiga Penitenciária do Capão Grande

Preso na Operação Hastag, junto com outros 11 homens que fariam parte do Estado Islâmico no Brasil, Valdir estava detido no Centro de Ressocialização de Várzea Grande, antigo presídio do Capão Grande. Lá ele ficou apenas 24h, após sua chegada os detentos se reuniram e o espancaram. O motivo que levou o crime ainda é investigado, mas a principal hipótese era de que o homem foi anunciado na cadeia como terrorista e matador de criancinhas.  

 

O delegado Marcelo Jardim, responsável pela conclusão do inquérito, disse que a morosidade do caso não é culpa da Polícia Civil, mas sim da Perícia Oficial de Identificação Técnica que está sem o aparelho que faz a assinatura digital. 

 

Quanto a detalhes do crime, o delegado contou que já ouviu várias pessoas e ainda não sabe se a morte de Valdir foi lesão corporal seguida de morte ou homicídio. "Precisamos do laudo para identificar o motivo. O que posso adiantar é que vários detentos o cercaram durante o almoço e, em seguida, já foi encontrado morto. Foram vários, não dá pra especificar quantos e quais bateram nele", explicou o delegado.

 

Para o policial, os detentos queriam ele fora da ala e resolveram espancá-lo, mas o plano saiu de controle. "As informações seriam no sentido de que alguns presos não queriam o Valdir  ali devido à suspeita de terrorismo. Então espancaram ele para obrigá-lo a sair da ala. Mas a surra teria saído do controle,  pois eram dezenas de presos. Ele não chegou de morrer na cadeia, mas saiu bastante fragilizado e acabou morrendo no Pronto-Socorro de Várzea Grande", relatou Jardim. 

 

Marcus Mesquita/MidiaNews

DHPP

Delegacia de Homicídios investiga o caso, mas aguarda laudo para conclusão

Valdir estava preso no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande desde julho, porém em outubro foi transferido para Mato Grosso. O motivo para um preso federal estar em uma unidade de ressocialização em Várzea Grande seria comodidade para agentes do Paraná se deslocarem para colocar a tornozeleira em Valdir. 

 

"Segundo o sistema penitenciário, ele (Valdir) ele estava aguardando colocar tornozeleira eletrônica. Pessoal do Paraná viria colocar e por isso ele ficou em Várzea Grande para facilitar a logística dada a proximidade do aeroporto. Pelo menos esta foi a versão oficial nos repassadas", pontuou.

 

"Não era terrorista"

 

"Meu filho não era terrorista e nem matava crianças. Eu vou querer que o Estado me dê uma resposta do porque meu filho foi morto daquele e porque ele estava junto desses montros", questiona a advogada Zaine El Kadre, mãe adotiva de Valdir Pereira da Rocha. Ela também aguarda a finalização do inquérito policial para poder impetrar uma ação civil pública pedindo indenização pela morte do filho. 

 

Otmar Oliveira - A Gazeta

Zaine El Kadre

Zaine, mãe de Valdir, disse que aguarda explicações sobre a morte do filho

Zaine ressaltou acusa os agentes do local de armar e até planejar para que os detentos espancassem Valdir.

 

Segundo ela, mais de 100 homens se reuniram para dar ao menos um chute no detento. "Não existe justificativa alguma para fazer o que fizeram com meu filho. Os agentes sabiam e ajudaram a matar. Agente nenhum quer 'terrorista' na cadeia dele. Eu sou criminalista, eu sei bem como funciona o meio", relatou. 

 

Outra denúncia feita pela advogada é que a transferência de Valdir ainda precisa ser explicada com detalhes, já que o sistema carcerário de Mato Grosso não aceita presos durante à noite e para entrar em qualquer presídio o detento precisa fazer exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML), o que não ocorreu.

 

"Ele (Valdir) não fez exame corpo delito e também não passou pela assistente social. A própria assistente disse que tentou falar com ele várias vezes, mas não conseguiu, pois sempre havia uma alegação de impedimento por outros servidores da unidade. Entraram com ele de madrugada e ainda me vêm com uma desculpa esfarrapada que ele estaria aguardando tornozeleira".

 

Zaine disse que inventaram que o seu filho era terrorista simplesmente porque acharam ele parecido com outros acusados fora do Brasil e por ele ser mulçumano. "Ele cometeu crimes no passado, mas ele não era terrorista. Eu o conhecia muito bem e sei que não tem nada de matador de criança e muito menos terrorista. Por causa da barba dele e da religião, resolveram prender. Prenderam, matarm e ficou por isso mesmo? Eu quero uma resposta e o Estado terá que indenizar minha família. A esposa e os filhos dele precisam continuar a vida", concluiu. 

 

Outro lado

 

Por meio de nota a Secretaria de Estado de Segurança Pública se pronunciou sobre o atraso na emissão do laudo.

 

"A Secretaria de Segurança já realizou o pregão para a empresa que vai fornecer token – hardware que gera e armazena assinatura digital – no mês passado e no dia 29 de dezembro empresa vencedora assinou contrato. A empresa já começou o cadastro da assinatura dos peritos desde o dia 9 de janeiro.? As assinaturas já foram autorizadas, porém o legista que fez a necrópsia está de férias, e retorna em fevereiro", diz a nota.

 

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