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Cidades Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2017, 16:40 - A | A

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Sexta-feira, 13 de Janeiro de 2017, 16h:40 - A | A

ENREDO DA DISCÓRDIA

Em meio às críticas, escola de samba nega ataque ao agronegócio durante o carnaval

RENAN MARCEL

O presidente da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro, Luiz Pacheco Drumond, emitiu uma nota de esclarecimento à imprensa nesta sexta-feira (13) sobre a polêmica do enredo de samba deste ano, que vem sendo alvo de duras críticas e atos de repúdio por parte das entidades representativas do agronegócio. 

 

iMPERATRIZ XINGU

 

Intitulado "Xingu, o clamor que vem da floresta",  o samba da agremiação cariosa exalta as comunidades existentes na região do Parque Indígena do Xingu.

 

Ele negou que a letra da musica seja uma crítica ao setor e disse que o trecho que causou confusão se refere à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Na nota, Drumond lembrou que no ano passado a escola de samba homenageou a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, com um setor inteiro do desfile dedicado a agricultura e ao segmento econômico.

 

“Como poderíamos exaltá-los de forma grandiosa num carnaval para em seguida criticá-los no outro?”, questiona. Segundo ele, o trecho criticado foi interpretado de maneira equivocada e por isso a escola tem sido atacada injustamente. A letra é a seguinte: “o Belo Monstro rouba a terra de seus filhos, destrói a mata e seca os rios”.

 

“Em nenhum momento atacamos o setor do agronegócio e seus trabalhadores”, diz na nota. “Estamos nos juntando às populações ribeirinhas, às etnias indígenas ameaçadas, aos  ambientalistas e importantes setores da sociedade que se posicionaram  contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte”, completa.

 

“Temos sido atacados com críticas injustas e até com ofensas ao samba, importante matriz de nossa cultura, e ao carnaval, a maior festa popular do planeta”, diz.

 

Apesar disso, a escola sustenta a opinião de que os agrotóxicos prejudicam o solo e os alimentos. Informação que é colocada nas fantasias e na letra da música. “Embora não seja nossa intenção generalizar, importantes pesquisas científicas apontam os diversos males que o agrotóxico traz para o solo, para o alimento e consequentemente para a saúde de quem o consome. Este é apenas um aspecto do nosso rico e imenso enredo”.

 

“O carnaval e a escola de samba – levando em consideração que os olhos do mundo se voltam para nossa festa – têm um compromisso com o social e o desenvolvimento sustentável”, finaliza.

 

CRÍTICAS

 

Por meio de nota divulgada na terça-feira (10) a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrimat), Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e a Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil)ressaltam que o agronegócio também é motivo de orgulho.

 

O texto aponta que o Brasil já foi conhecido pelo carnaval e futebol, mas que hoje também é referência na produção de alimentos de forma sustentável. As entidades ressaltam a preocupação sobre a forma que a escola de samba irá abordar a atividade agropecuária em seu samba enredo.

 

“Preocupa-nos sobremaneira a forma como a escola contextualizou o samba-enredo e as fantasias abordando negativamente alguns dos aspectos da produção, como a ocupação das terras e a utilização de defensivos”, diz trecho da nota.

 

As entidades ressaltam ainda que devido ao avanço tecnológico no país é possível aumentar a produtividade sem abertura de novas áreas para a produção.

 

“Respeitamos a licença poética dos carnavalescos, mas esperamos que a criatividade artística não reforce opiniões preconceituosas e errôneas sobre a atividade agropecuária com informações que não correspondem à realidade de quem vive o campo”, salienta parte do texto emitido pelos produtores.

 

A nota frisa ainda as áreas de conservação mantidas pelos produtores e o manejo sustentável adotado na produção de alimentos que permite e preservação do meio ambiente.

 

 

Leia mais:

 

Agronegócio se manifesta contra samba-enredo de escola carioca; veja letra

 

Veja a nota da Imperatriz Leopoldinense na íntegra:

 

O carnaval é uma festa popular e o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí, considerado o maior espetáculo a céu aberto do mundo, é um patrimônio da cultura brasileira. Um dos principais atrativos turísticos da cidade do Rio de Janeiro, o carnaval carioca atrai visitantes de diversas regiões do  Brasil e do mundo inteiro.

 

A festa emprega milhares de trabalhadores nos mais diversos setores,  gerando desenvolvimento e oportunidades de negócio, além de injetar dinheiro   em nossa economia. Só no carnaval de 2016 foram arrecadados mais de 3 bilhões de reais, segundo dados da Empresa de Turismo do Rio de Janeiro – RIOTUR .

 

Seja nos ranchos, nos blocos, nos salões ou na Avenida, o carnaval, mesmo terminando na quarta-feira de Cinzas, desperta sonhos e paixões nos foliões.   As escolas de samba são um capítulo à parte, um espaço democrático que liga os todos os cantos da cidade e celebra a diversidade. E falar de diversidade é falar da Imperatriz Leopoldinense.

 

Considerada uma das escolas de samba mais tradicionais do carnaval carioca e uma das maiores campeãs da Era Sambódromo, a Rainha de Ramos – como é carinhosamente chamada por seus torcedores e comunidade –, tem na sua essência um compromisso com a cultura. Os enredos sobre a formação do povo brasileiro estão enraizados em nossa história. Aliás, gostamos muito de contar boas histórias.

 

Orgulhamo-nos de nossa trajetória de grandes enredos com temática cultural, inclusive fomos a primeira agremiação a fundar um departamento cultural, prática posteriormente adotada por todas as nossas co-irmãs, cujo propósito é preservar nossas raízes e memórias. Colecionamos desfiles inesquecíveis e sambas que são considerados verdadeiros clássicos do carnaval, que nos renderam prestígio, reconhecimento de importantes setores da sociedade e, claro, muitos campeonatos. 

 

Temos a marca do pioneirismo em nosso pavilhão, conquistamos oito vezes o título de campeã do carnaval carioca no Grupo Especial, além de importantes prêmios nacionais e internacionais. Nestes quase 60 anos de fundação e de bons serviços prestados à cultura brasileira, a Imperatriz Leopoldinense teve em seu quadro grandes mestres do carnaval, já celebrou importantes vultos de nossa rica Literatura, juntou o erudito com o popular, uniu o sagrado e o profano, cantou a nossa mestiçagem e a fé de nossa brava gente brasileira espalhada por todos os rincões deste  país de dimensões continentais.   

 

O homem do campo é presença constante em nossos desfiles e exaltamos por muitas vezes na Avenida o solo brasileiro, este chão abençoado por Deus onde tudo que se planta, dá. No carnaval de 2016, ano em que, vencendo preconceitos, homenageamos a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, adentramos no universo rural, trouxemos algumas riquezas do estado de Goiás e dedicamos um setor inteiro de nosso desfile à agricultura, por entendemos a importância deste segmento para nossa economia .  

 

Comprometida em dar voz à diversidade, a Imperatriz Leopoldinense, que já cantou em carnavais anteriores o descobrimento do Brasil e celebrou as raízes africanas através da figura e do legado de Mandela, decidiu levar para a Marquês de Sapucaí em 2017 o enredo "Xingu - o clamor que vem da Floresta", de autoria do carnavalesco Cahe Rodrigues.

Vamos falar da rica contribuição dos povos indígenas do Xingu à cultura brasileira e ao mesmo tempo construir uma mensagem de preservação e respeito à natureza e à biodiversidade.

 

Segundo relato da própria população que vive ali, a região do Xingu ainda é alvo de disputas e constantes conflitos. A produção muitas vezes sem controle, as derrubadas, as queimadas e outros feitos desenfreados em nome do progresso e do desenvolvimento afetam de forma drástica o meio ambiente e comprometem o futuro de gerações vindouras. Os resultados, como sabemos, são devastadores e na maioria das vezes irreversíveis.

 

Acreditamos que, para além do entretenimento, o carnaval e a escola de samba – levando em consideração que os olhos do mundo se voltam para nossa festa – têm um compromisso com o social e o desenvolvimento sustentável.

 

Após a divulgação de nossas fantasias, algumas delas denunciando o uso irresponsável de agrotóxicos, fomos alvo de uma intensa campanha difamatória. Embora não seja nossa intenção generalizar, importantes pesquisas científicas apontam os diversos males que o agrotóxico traz para o solo, para o alimento e consequentemente para a saúde de quem o consome. Este é apenas um aspecto do nosso rico e imenso enredo, mas desde então temos recebido críticas e inúmeras notas de repúdio dos mais diversos setores do agronegócio. 

 

Até em função de certa confusão registrada em algumas dessas falas, ressaltamos e esclarecemos  que no trecho de nosso samba “o Belo Monstro rouba a terra de seus filhos, destrói a mata e seca os rios” estamos nos juntando às populações ribeirinhas, às etnias indígenas ameaçadas, aos  ambientalistas e importantes setores da sociedade que se posicionaram  contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Não é uma referência direta, portanto, ao agronegócio, como alguns difundiram. Os impactos negativos desta obra ao meio ambiente serão imensuráveis, estão constantemente nas pautas de debates, são temas de discussões recorrentes em audiências públicas e foram amplamente divulgados pela  imprensa nacional e  estrangeira.

 

Em nenhum momento atacamos o setor do agronegócio e seus trabalhadores.  A sinopse de nosso enredo está disponível para consulta pública em nossos canais oficiais de comunicação. Mesmo depois de todos os esclarecimentos prestados por nosso carnavalesco aos mais diversos veículos de  comunicação, temos sido atacados com críticas injustas e até com ofensas ao samba, importante matriz de nossa cultura, e ao carnaval, a maior festa popular do planeta.

 

Por fim reforçamos que o nosso enredo não versa contra esta importante cadeia produtiva de nossa economia nem desqualifica os seus incansáveis trabalhadores. Como poderíamos exaltá-los de forma grandiosa num carnaval para em seguida criticá-los no outro?

 

A nossa mensagem é de preservação, respeito, tolerância e paz. Todos os  que acreditam nesses valores estão convidados a celebrar conosco.

 

Salve o verde do Xingu, viva o carnaval, a Imperatriz Leopoldinense e todos os trabalhadores do Brasil!

 

Luiz Pacheco Drumond

 

Presidente

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Fatima 14/01/2017

A REALIDADE É MUITO TRISTE E AGORA O ENREDO DA IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE VEM PARA PASSAR UMA MENSAGEM DE PRESERVAÇÃO E ALERTAR AOS NOSSOS GOVERNANTES SOBRE A FLORESTA DO ESTADO DE MATO-GROSSO QUE VEM SOFRENDO BASTANTE COM O DESMATAMENTO NOS ÚLTIMOS ANOS A BUSCA INCESSANTE PELO LUCRO E O COMODISMO DAS NOSSAS AUTORIDADES SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DESTE TRÁGICO PROBLEMA, LEMBRE-SE QUE A FLORESTA É PARA A PRESENTE E AS FUTURAS GERAÇÕES, ACORDA MATO-GROSSO.

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