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Cidades Terça-feira, 09 de Maio de 2017, 11:44 - A | A

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Terça-feira, 09 de Maio de 2017, 11h:44 - A | A

CHORO, LEMBRANÇA E ARREPENDIMENTO

Internada, mulher que teve as mãos decepadas pelo marido relata sofrimento e pede Justiça

JESSICA BACHEGA

Na semana em que se comemora o Dia das Mães, uma mulher que foi vítima de violência e passou 24 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Benedito chama atenção pela superação e vontade de viver. Ao ser espancada pelo marido, ela perdeu as duas mãos. O relato do acontecimento é chocante. Um caso brutal que mudou totalmente a vida e a rotina de uma mulher que sempre se dedicou ao trabalho e ao cuidado dos filhos. Atualmente ela chora ao relembrar que sua filha presenciou a cena do crime e que não terá mais as mãos para acariciar seus pequenos.

 

Ainda em fase de recuperação, mas atualmente na enfermaria do hospital, Geisiane Buriola da Silva, 31 anos, recebeu a reportagem do HiperNotícias, e, com muita força de vontade, relatou que espera Justiça para ver o responsável pelo crime que mudou a sua vida e a vida de sua família atrás das grades.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

geisiane

 Geisiane ainda sofre com dores constantes nos braços

Com dificuldade na fala por conta de uma traqueostomia, ela precisa da ajuda do padrasto Marcelo Martins, de 61 anos, para se comunicar. Internada há quase um mês, ela contou que viveu com o "crápula" por pouco mais de um ano e cinco meses, no município de Campo Novo do Parecis (distante 396 km de Cuiabá).

 

Com lágrimas caindo sobre o rosto, Geisiane relata que Jair da Costa um dia foi seu amor, mas de um período pra cá foi seu agressor, e hoje é seu pior pesadelo. O relacionamento nem sempre foi um mar de rosas, pelo contrário, na maior parte do tempo era um mar de espinhos.

 

“Ele sempre foi violento e me agrediu por várias vezes. Mas eu gostava muito dele e achava que ele iria mudar. Eu tinha esperança que ele mudasse a gente tivesse uma vida tranquila”, contou a mulher.

 

Por algumas vezes ela prestou queixa na polícia após as agressões, mas diante das promessas de mudanças e das juras de amor a jovem não dava sequência no processo. Fato que rende amargo arrependimento e marcas que serão levadas para toda a vida.

 

“Eu não achava que ele poderia fazer algo tão grave e que me ferisse tanto. Se soubesse nunca teria retirado as queixas”, contou. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

geisiane

As mãos de Geisiane foram amputadas após agressão do marido

Na cama da enfermaria, Geisiane é cuidada 24h por seu padrasto, que deixou os afazeres para poder acompanhá-la em Cuiabá. A vítima de maus-tratos passa seus dias na expectativa de uma recuperação breve. Ela recebe tratamento de uma fonoaudióloga, fisioterapeuta e seus curativos são trocados periodicamente.

 

Sobre o dia do crime, a mulher prefere não comentar. Ela disse que por conta do espancamento ela não se lembra de muita coisa. Sem querer que seu rosto fosse fotografado, Geisiane relata que houve uma discussão e que o companheiro foi para cima dela armado de um facão. “Ele tinha bebido e passou a me agredir por ciúmes. Ele estava com o facão e no primeiro golpe cortou minha não esquerda”, lembrou.

 

Nesse dia sua filha, Geovana, de 5 anos estava em casa e “salvou” a vida da mãe. “Ela morava com a gente, mas estava na casa deles nesse dia e viu quando ele começou a agredir sua mãe e cortou a mão dela. Ela viu e saiu para a rua gritando para os vizinhos . ‘Ele esta matando a minha mãe, está matando a minha mãe’, ai os vizinhos foram lá e a socorreram. Mas as duas mãos já estavam cortadas. Uma estava pendurada por uma parte pequena da pele e a outra tinha sido decepada”, conta o padrasto de Geisiane.

 

Os vizinhos então foram até a casa e recolheram a mão esquerda de Geisiane e levaram junto para o hospital, onde o médico deu a má notícia de que a mão direita, que ainda estava presa ao corpo da vítima, não tinha como ser recuperada e que seria preciso amputá-la.

 

Em estado muito grave a mulher foi trazida para Cuiabá, onde está há um mês está internada e sem ver os filhos que falam todos os dias com o avô e que perguntam da mãe. “Principalmente a menina que fala todo dia que está com saudade da mãe e manda força para ela se recuperar logo”, contou o padrasto.

 

Geisiane tem uma menina, Geovane, de 5 anos, e Paulo Geovane, de 10 anos. O casal mora com os avós, pois Jair não gostava das crianças. “Eles conviviam muito pouco com ele. Nunca fiquei tanto tempo longe dos meus filhos”, contou Geisiane em meio ao choro incontrolável ao relatar que não sabe como vai ser o seu Dia das Mães e da saudade que sente dos meninos.

 

A vítima não sabe como vai ser sua vida de agora para frente, mas de uma coisa ela tem certeza. “Eu quero que ele pague pelo que fez comigo. Quero Justiça. E que mulheres que passam por situação de violência não esperem pelo pior. Que denunciem as agressões e que não esperem a mudança. Me arrependo de ter acreditado que ele iria mudar e ter retirado a queixa”, relatavou emocionada.

 

Ajuda

O padrasto de Geisiane é o único que trabalhava para sustentar a família e ele está acompanhando a enteada no Hospital São Benedito, em Cuiabá. Diante da situação todos estão passando por grandes dificuldades e pedem que quem puder que os ajude nesse momento delicado. Quem quiser fazer doações para ajudar a família pode fazer os depósitos na conta poupança do Banco Bradesco, agência 2558-5, conta poupança 1002701-2 em nome de Maria Regina Buriola.

 

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