A Associação de Defesa dos Haitianos Migrantes em Mato Grosso (ADHM-MT) em parceria com a Casa do Parque realizam, neste sábado (22), um evento de solidariedade às vítimas do Furacão Mathew, que passou pelo país no dia 4 de outubro e devastou a região que ainda se recupera do terremoto que deixou o rastro de destruição em 2010 e fez com que muitos cidadãos deixassem o país. Milhares deles vieram para Mato Grosso.
Reprodução
Haiti após o furacão
Das 16h às 19h quem for ao local poderá apreciar dança, poesia, teatro e artes plásticas tendo como protagonistas os artistas do Haiti, que vivem em Cuiabá, Wilson Jean, Gana Jean Baptiste (Master Gana), Wilgolf, Joel Franco, Carlo Louis, Asid, Jean Pierre Vivandieu, Eniel Gachette e Najeda Rodon. Os ingressos custam R$ 25 e o valor arrecadado será doado para as famílias vítimas do furacão.
Além da ação, a embaixada haitiana no Brasil e associações de migrantes têm divulgado uma conta bancária para que as pessoas ajudem as famílias que estão em dificuldade após o desastre.
Por meio de nota, o embaixador Madsen Chérubin agradeceu as doações recebidas pela Missão Diplomática. “A Embaixada do Haiti no Brasil agradece ao povo brasileiro por todas as manifestações de apoio e simpatia que tem recebido após a passagem no furacão Mathew”, diz o documento.
Em Cuiabá, ainda não estão sendo recebidas as doações materiais por não ter meio de levar até. Os depósitos podem ser feitos na agência 3499-1 – C/C 53.681-4 – Banco do Brasil, de Danicie M. Jean.
Segundo Rafael Lira, voluntário da Pastoral do Migrante, uma das instituições amparadas pelas doações é um orfanato que atende pelo menos 500 famílias em dificuldade.
Mais informações sobre as ações da Associação, da Pastoral e o trabalho no Haiti podem ser consultadas na Fan Page
Apoio a migrantes em Cuiabá
Além de ajudar quem sofre no Haiti, pessoas que vieram para Cuiabá fugindo do sofrimento pelo qual todo o país passa também precisam de apoio. Haitianos começaram a chegar em Cuiabá a partir de 2012 e nem todos conseguiram se adaptar.
Chegando a Cuiabá a primeira moradia dos estrangeiros é a Pastoral do Migrante que oferece alimentação, ajuda com documentação, emprego e moradia gratuita aos recém chegados.
Segundo a coordenadora da Pastoral, Eliana Vilaliano, a expectativa é que cada pessoa fique no local por 45 dias, mas nem sempre isso acontece. Há pessoas que estão na Pastoral há quatro meses e sem perspectiva de deixar o local. “A gente calcula 45 dias que é um prazo razoável para encontrar emprego e alugar um espaço, mas isso nem sempre acontece”.
A Pastoral sobrevive com a ajuda da Paróquia Divino Esírito Santo, da prefeitura, parceiros e doações de particulares, porém o apoio não tem sido o suficiente para atender os abrigados. Há também aqueles que saíram na pastoral, mas ainda precisam de auxílio.
“Recebemos todo tipo de doação, mas precisamos principalmente de alimento, fraudas e colchão. As pessoas saem daqui para alugar um quarto e não tem nada, então, doamos pelo menos o colchão”, disse.
Os migrantes também buscam doações de alimentos na Pastoral e os produtos estão escassos. Esta semana estava disponível apenas arroz, feijão e leite para quem precisasse de ajuda.
Conforme a coordenadora, esta semana pelo menos 30 haitianos estavam abrigados na Pastoral, vindos diretamente do Haiti e de outras cidades do Brasil. As doações podem ser entregues na Pastoral que está localizada na Avenida Jurumirim, no bairro Carumbé.
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