Cerca de 120 famílias estão desesperadas sem saber para onde ir. Elas residem no Assentamento Coxipó Mirim, em Cuiabá, e estão sob a tensão de desapropriação da área. Logo cedo, nesta segunda-feira (11), os moradores foram acordados com policiais militares e oficial de Justiça com a decisão que os obriga a deixar o local.
O fornecimento de energia elétrica foi suspenso e pessoas chegaram a ser detidas por resistirem a sair de suas casas.
Conforme a moradora do local e membro da Associação do Assentamento Coxipó Mirim, Kátia Pereira, os assentados não foram notificados e tiveram uma surpresa na manhã desta segunda-feira (11).
“A gente estava tentando negociar para comprar a área e esperávamos o oficial de Justiça para quarta-feira. Nosso advogado está tentado reverter a situação, como conseguimos das outras vezes, mas estamos na expectativa”, afirma Kátia.
O assentamento existe há 12 anos e cerca de 120 famílias moram no local. Lá construíram suas casas e mantêm criação de animais na área de 2,5 hectares correspondente a cada lote. “Me mudei para cá na esperança de uma vida melhor, mas vivemos esse constante tormento. Queremos comprar a área, mas o valor que estão pedindo é fora da nossa realidade”, afirma a moradora que trocou a vida na cidade, onde morava de aluguel, pelo sossego do campo.
O local já passou por outras ordens de desapropriação que nunca foram concretizadas. De acordo com presidente da Associação, Maria de Fátima, o local era improdutivo e foi vendido pelos antigos donos a uma cooperativa rural. A propriedade foi dividida e vendida para as famílias, porém não houve o pagamento por parte da cooperativa e os antigos donos requereram, na Justiça, a fazenda de volta. Desde então tramita o processo de desapropriação.
As famílias não têm para onde ir e enquanto ficam sem destino, devem permanecer em um galpão próximo a Pote de Ferro, como contou Maria de Fátima. “Foi isso que a polícia e os oficiais nos disseram”, afirma.
A assessoria da Polícia Militar foi procurada e informou que não tem informações sobre a desapropriação. Que os militares foram solicitados para prestar apoio ao oficial de Justiça e garantir a segurança no local.
A decisão para a desapropriação é da juíza Adriana Sant'Anna Coningham, da Vara de Direito Agrário de Cuiabá. Procurada, a assessoria do Tribunal de Justiça não encaminhou resposta sobre a desocupação da área.
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