Membra da Academia Mato-grossense de Letras, Maria Cristina de Aguiar Campos, afirma que a Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso (SEC-MT) não distribuiu livros para escolas públicas. Autora do livro O Falar Cuiabano, ela conta que o livro foi encomendado na gestão de Janete Riva e não teve sua circulação realizada da forma como havia sido acordado.
Segundo a escritora, ela foi procurada pela própria SEC, em 2013, para produzir um dicionário cuiabano. Contudo, Cristina negou o pedido por já existir um material semelhante em circulação. Dessa forma, ficou combinado que seria produzido uma outra obra, O Falar Cuiabano.
A membra da AML diz que toda a negociação foi feita na gestão da Janete Riva. O livro foi registrado pela portaria de número 017/2013, tornando a produção patrimônio imaterial do estado.
"Quando é patrimônio material fala-se em tombamento, então se tomba um patrimônio cultural e aquilo passa a ser de cuidado do Estado. Quando é algo imaterial, que é o caso do falar cuiabano, eles fazem um registro. E, então, foi uma coisa importante que ela (Janete Riva) fez. Transformou isso em lei, o falar cuiabano como patrimônio imaterial do estado e tudo mais. Isso foi muito importante”.
Ela conta que a proposta acordada com a Secretaria era de que os materiais seriam distribuídos para escolas públicas. Garantindo, dessa forma, que um grande número de estudantes entrasse em contato com livros, que tratavam da história e cultura regionais.
“O que era para acontecer, que era chegar em sala de aula, não aconteceu. Era para terem chegado nas escolas, sendo trabalhado pelos professores”, lamenta a ex-professora.
Ela afirma que hoje os materiais de distribuição gratuita estão nas mãos da Secretaria.
O outro lado
Quando procurada, a assessoria da SEC confirmou que os livros foram encomendados em 2013 e lançados em 2014, na gestão de Fabiano Prates.
A assessoria admite a dificuldade em se averiguar os procedimentos da negociação dos materiais, uma vez que na época do acordo a conversação era realizada entre proponente e secretário direto.
“O Leandro (secretário de 2015/2017) entrou e criou a questão dos editais. Hoje, o livro jamais sairia da forma como saiu. Hoje, temos edital de liberação de livro no segmento de literatura”, comenta o assessor.
O posicionamento da SEC é de que os materiais foram distribuídos em bibliotecas públicas, como a Estevão de Mendonça, e no interior do estado pelo projeto Biblioteca Itinerante. “Não se mede esforços para a distribuição”, comenta a assessoria sobre o caso.
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