Com a crise se agravando no Brasil, o setor hoteleiro regional enfrenta momentos difíceis, agravado pelo fato de as promessas de melhorias pós-Copa do Mundo não terem se tornado realidade. Toda rede hoteleira da Grande Cuiabá fez grandes investimentos para ampliar a oferta de quartos, que hoje ficam vazios.
Os que ainda não fecharam as portas e sobrevivem, apostam em uma provável reviravolta na economia nacional e tentam otimizar as despesas para atravessar a má fase. Quando isso não dá certo, os empresários não têm outra opção a não ser despedir os funcionários ou fechar as portas.
Até o momento, dois hoteis fecharam. O primeiro a interromper as atividades foi o Hotel Mangabeiras, instalado na Avenida da FEB, em Várzea Grande. Após 28 anos de trabalho, fechou as portas em janeiro e deu lugar a uma clínica médica.
O outro é o Slaviero, que ficava na Avenida Historiador Rubens de Mendonça e era conhecido pelo perfil executivo. O Slaviero faz parte de uma rede nacional e foi construído exclusivamente para o evento futebolístico.
De acordo com o secretário adjunto de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Luiz Carlos Nigro, o problema é que boa parte dos hotéis foram construídos para receber os turistas que vieram prestigiar os jogos da Copa do Mundo.
Para se ter uma ideia, a capacidade hoteleira antes dos jogos do Mundial era de oito mil leitos. O número praticamente dobrou, saltando para aproximadamente 15 mil leitos.
“Com o advento da Copa do Mundo, muitos empresários resolveram investir em hotéis achando que o turismo iria explodir em Mato Grosso. Só que não explodiu em um bom sentido, porque a gestão passada não conseguiu terminar as obras, e muitos pontos turísticos ainda continuam parados, como a Salgadeira, o Mirante e o Portão do Inferno. Fora esse problema, ainda pode somar a crise econômica, que ajudou a terminar a tempestade perfeita, visto que aumentamos o número de leitos e não houve todo esse incremento de turistas que os empresários esperavam”, avaliou Nigro.
TAXA DE OCUPAÇÃO
Em 2015, a taxa de ocupação dos hotéis de Cuiabá foi de 55,15%, tendo sua alta no mês de agosto, quando atingiu 61,19%. A diária média girou em torno de R$ 189,21.
Na comparação com outras capitais, Cuiabá não ficou muito abaixo, já que, no mesmo período, São Paulo registrou taxa de 61% e Belo Horizonte 45%. Os dados estão inseridos no Boletim Turismo em Números, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
A maioria dos hóspedes em Cuiabá em 2015 é proveniente do estado de São Paulo (39,82%), seguido do Rio Grande do Sul (29,05%) e Rio de Janeiro (11,71%). Mato-grossenses vindos do interior do Estado representaram 9,30% dos ocupantes.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Secretario-adjunto de Turismo, Nigro tem propostas para melhorar o fluxo de turistas
Um levantamento realizado em 2013, pelo Sindicato dos Hotéis, Bares e Similares de Mato Grosso (SHOBRES), aponta que Cuiabá e Várzea Grande tinham 73 hotéis com 3.266 apartamentos, 150 quartos, com capacidade para abrigar 8.814 pessoas, sendo 71 cômodos para acomodar Portadores de Necessidades Especiais (PNEs).
Os leitos ofereciam frigobar, televisão, ar-condicionado, acesso ao apartamento, estacionamento e sala de reunião
Já em 2016, a rede hoteleira de Cuiabá e Várzea Grande conta com 117 unidades, entre hotéis e pousadas, totalizando 15.286 leitos, distribuídos em 6.385 acomodações, sendo 108 para PNEs. Os locais oferecem café da manhã, almoço, janta, música ao vivo, translado, ponto de táxi no hotel, internet, TV a cabo e business center.
“Em minha opinião foi desnecessário o investimento, porque nós não temos essa demanda com frequência e a movimentação do Mundial na nossa região durou apenas 10 dias. Por causa disso, tenho informações de que existem outros hotéis com problemas financeiras que não estão tendo condições de pagar funcionários e contas de luz. A estimativa de vida desses é que não irão passar do ano que vem, mas tenho a confirmação de que três já devem fechar nos próximos meses”, afirmou.
MOVIMENTAÇÃO DO TURISMO
Para Nigro, há duas maneiras de ajudar Mato Grosso a renovar a movimentação e chamar atenção dos turistas para o estado. A primeira delas seria ajudar os órgãos privados na captação de eventos para Cuiabá, pois os eventos movimentam outros segmentos, como táxi, decoração, shopping center, bares, entre outros.
“Só que, na contramão, o número de eventos no país caiu bastante por conta da crise econômica”.
Outra opção é trabalhar, como o governo vem fazendo, na estruturação dos atrativos turísticos, através da capacitação dos proprietários, melhorias nos pontos turísticos e na forma de acesso a eles. Exemplo disso são as obras na Transpantaneira e as construções de centros de eventos em Barra do Garças e Tangará da Serra, com intuito de fortalecer o turismo da região.
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Julio 18/07/2016
É o governo de transformação fazendo Mato Grosso virar assombração .
1 comentários