Depois de aparecer entre os 150 municípios mais violentos do país, conforme dados do Mapa da Violência de 2016, Rondonópolis (distante 220km de Cuiabá) começa 2017 como a cidade com o maior número de homicídios em Mato Grosso.
Em 28 dias, a Polícia Civil confirmou 12 assassinatos. Ano passado, nos 31 dias de janeiro, a polícia registrou novehomicídios. Porém, em 2017 um caso chama mais atenção. A morte de um ciclista que foi encomendada pelo marido de uma mulher com quem ele havia tentado um relacionamento extraconjugal.
Agora MT
Crimes deixa cidade em alerta
O tráfico de drogas seria a principal causa para os crimes.
Segundo informações da própria polícia, o comércio de entorpecentes acabou crescendo de forma avassaladora na cidade, que é a terceira maior do Estado e segunda economia em Mato Grosso.
Dívida, rixa, a briga pelo espaço e a corrida pelo melhor preço acabam travando uma guerra entre facções e gangues, que não se denominam ou intitulam por nomes, mas que existem principalmente nos bairros da periferia.
Contudo, os crimes em Rondonópolis não acontecem apenas aos bairros distantes do Centro da cidade, mas sim em lanchonetes e pontos de grandes movimentação, como foi o caso do assassinato de Aline Lorrayne Gomes da Silva, 21 anos.
Ela morreu após ser atingida por três tiros na madrugada de sexta-feira (20), por volta das 5h, em um bar do centro da cidade. O autor do homicídio estaria no mesmo bar e em determinando momento se levantou, xingou a vítima e atirou três vezes. Aline morreu sentada.
Sem medo de serem identificados, os bandidos estão agindo a sangue frio, em plena luz do dia, e sem máscaras. No dia 15 de janeiro dois rapazes foram executados ao saírem de um bar no bairro Cidade de Deus. Lucas Alexssander Oliveira Miranda, 20 anos e Adilson Protázil Felizarti Fagundes, 24, estavam em uma moto quando foram executados.
Messias Filho / Agora MT
Quando as mortes têm uma vítima menor, eles sempre são cometidos próximo de casas
Assim como em outros casos, os criminosos fugiram sem serem identificados. O motivo do duplo homicídio ainda não foi solucionado.
Das 12 mortes, apenas a morte do ciclista, que não teve envolvimento com droga, mas sim por motivo passional, foi solucionada.
Por este crime, um casal foi preso e um adolescente apreendido como suspeito do assassinato do ciclista Lucas Jhones Rossi de Almeida, de 21 anos.
Ele foi morto a tiros no dia 10 de janeiro deste ano. O menor teria sido o autor do crime. Inicialmente o caso foi tratado como roubo seguido de morte, mas essa hipótese foi descartada durante as investigações.
O adolescente seria o executor e o casal, Wellison de Souza Santos (22), e Polliana Araújo Ferreira (24), os mandantes. O menor foi apreendido e internado no Sistema Socioeducativo, e o casal detido após a Justiça aceitar o pedido de prisão temporária.
Segundo a Polícia Civil, o crime foi planejado e cometido no mesmo dia. Os três suspeitos estavam na casa de Polliana, mulher que seria a pivô da história. Ela disse que o ciclista estava a assediando. O menor de idade, então, teria ligado para uma pessoa na capital pedindo autorização para assassinar Lucas.
Conforme a Polícia Civil, esse adolescente atraiu a vítima e atirou três vezes, sendo que dois tiros acertaram as costas dele. A polícia concluiu que o menor de idade simulou um roubo seguido de morte. Ele pegou a moto e o celular da vítima e depois abandonou a motocicleta, voltou a pé para a casa onde estava o casal e entregou o aparelho celular da vítima como prova do crime.
Vale ressaltar que entre os assassinatos que ocorreram esse ano em Rondonópolis, cinco tiveram menores de idade como vítima. Todos eles teriam ligação com o tráfico e foram executados na porta ou próximo as suas residências.
Desde 2016, a crminalidade vem aumentando na cidade. Ano passado, em uma única noite do mês de outubro, cinco morreram e quatro foram baleados. Em outro caso um padre foi assassinado. Na mesma semana, após um assalto em um banco, a polícia entrou em uma casa onde estariam os suspeitos e acabou matando seis acusaddos.
Por telefone, o delegado Claudinei Lopez disse que todos os casos estão sendo investigados e em breve a população terá resposta de todos. "A situação de alguns casos é complexa. O cara passa de moto, atira, mata e foge. Ninguém vê. Ninguém sabe. A lei do silêncio atrapalha, mas estamos encaminhando para a solução de todos os inquéritos. Infelizmente, esse mês de janeiro nem terminou e já temos um salto muito grande nos crimes", concluiu o policial.
Mapa da Violência
No Mapa da Violência apresentado ano passado, Primavera do Leste aparecia como o primeiro município mato-grossense a aparecer na lista na 92ª colocação, com uma taxa de 50,7 homicídios a casa 100 mil habitantes. O segundo é Várzea Grande, na 110ª posição, com taxa de 48,5 a cada 100 mil/ha. Em terceiro está Rondonópolis na 125ª posição e taxa de 47,1. O quarto é Colniza que teve taxa de 44,6 e ocupou a 144ª posição.
Na lista dos 150 municípios, o estado com o maior número de cidades foi a Bahia que dos 419 municípios e teve 29 classificados no ranking. Em seguida, estão Alagoas e Ceará com 27 e 20 cidades, respectivamente, na lista. Dos estados que compõe a região Centro-Oeste, Goiás teve 11 cidades na lista das mais violentas, Mato Grosso quatro e Mato Grosso do Sul apenas uma.
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