Quinta-feira, 18 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,24
euro R$ 5,60
libra R$ 5,60

00:00:00

image
ae7b65557f584ffa666eb2a35ce5142f.png
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,24
euro R$ 5,60
libra R$ 5,60

Cidades Sábado, 23 de Junho de 2018, 17:00 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Sábado, 23 de Junho de 2018, 17h:00 - A | A

ARTE REGIONAL

Artesãs buscam na natureza inspiração e matéria-prima para suas criações

JULIANA ALVES - ESPECIAL PARA O HIPERNOTÍCIAS

“O artesanato mesmo é o que a gente usa da natureza. Então você pode reaproveitar flores, sementes, frutos de um modo geral, cascas, raízes. Que é o trabalho que eu faço, na sua maioria”, contou Maria Helena, artesã varzea-grandense que busca na natuteza inspiração e matéria prima para suas peças.

 

Ela tem 64 anos, completados recentemente, e só começou a trabalhar com a arte manual em dezembro de 2017. “Eu sempre pensei assim, quando saísse do meu trabalho, eu sou aposentada né, eu queria trabalhar com artesanato. Eu nunca pude por que era funcionária dos correios e saí em um plano de demissão incentivada e pensei ‘agora vou mexer com artesanato’”. 

Juliana Alves/HiperNoticias

artesãs do projeto da orla do porto em cuiaba

 Maria Helena mostrando o quiabo estrela

 

 

Natural do estado de Goiás, ela vive há 32 anos na cidade de Várzea Grande. Ao descrever as suas peças ela aponta materiais como sisal, cumaru, cascas de gergelim, mandioca, fruta do conde, haste de capim, sementes diversas, folha de trepadeira a qual ela passa verniz marítimo para que elas não se quebrem, entre muitos outros.

 

Maria Helena reaproveita papelão, latas de alimentos como o atum, papel sanfonado que tem em caixas de ameixa encontrada nos supermercados, casca de feijão, sementes da árvore Pau-Brasil, casca de frutas como cupuaçu e casca de ovo.

 

“Eu trabalho com o artesanato religioso, com o regional e com o artesanato não regional. Eu vou reaproveitando tudo, a casca de ovo são em três tipos, elas também são trituradas e ficam estilo areia. Também trabalho com semente de girassol, pimenta malagueta, orquídeas, algodãozinho do cerrado, musgo, alho, caule de canela, casca de bananeira e o quiabo estrela”.

 

Parte do seu trabalho é sintético, mas a maioria é natural.  Ela relata que nunca teve nenhuma experiência antes, todos os seus produtos surgem de sua própria criatividade. “As pessoas costumam perguntar se eu fiz algum curso e eu respondo que não. A hora que eu sento para criar não fico pensando em como vou fazer. Ele vai surgindo, é espontâneo e natural mesmo”.

 

Maria Helena aponta que a sua maior satisfação é quando as pessoas observam e admiram a sua arte, o seu trabalho. E algumas pessoas questionam como ela tem certeza de que tal madeira é cumaru, por exemplo. Ela responde prontamente que é bióloga e dessa forma conhece com o que trabalhar. 

Juliana Alves/HiperNoticias

artesãs do projeto da orla do porto em cuiaba

 

 

 

“Comecei a faculdade com 56 anos, então um pouco do meu conhecimento vem das ciências biológicas. Sempre fui apaixonada pela natureza, meu negócio é mato. Sou apaixonada por animais e plantas”.

 

Ela também trabalha com encomendas, mas afiirma que o artersanato não é sua fonte de renda principal. ela faz por puro prazer. “Eu sento para fazer isso ai e não penso em mais nada. Tem dias que começo lá pelas 13h e vai até as 22h, mas tem dia que é meia noite e estou lá fazendo. Algumas peças são mais difíceis, como as com sementes coladas uma por uma”. 

 

Geralmente ela expõe na Orla do Porto, mas relata que ser artesã na região é muito difícil e o artesanato no Brasil é muito desvalorizado, quem consome de verdade são os turistas. E uma das dificuldades, além da falta de divulgação, é a falta de espaço próprio para os artesãos. 

 

Ela relembra cidades no nordeste do País que transformaram antigos presídios em locais para vendas de artesanato. As celas são os quiosques e tem também as áreas de alimentação. Em Cuiabá não se tem algo parecido, ela conta que existe a tentativa de transformar a Orla, mas não acredita que pode dar certo. Relata a falta de divulgação e que muita gente passa por perto, mas nem entra. “Às vezes a gente fica lá das 16h até as 22h e não vendemos uma peça”, diz Maria Helena. 

 

A artesã afirma que gostaria que as pessoas observassem o seu artesanato e tentassem reaproveitar e reciclar os produtos da natureza. “Só gostaria também que as pessoas gostassem mais do verdadeiro artesanato”, conclui.

 

Bijuteria artesanal

Juliana Alves/HiperNoticias

artesãs do projeto da orla do porto em cuiaba

 

São colares, brincos e anéis surpreendentemente leves e produzidos completamente com produtos reciclados. Helena, outra artesã, tem 63 anos e nunca trabalhou em outra área, sempre viveu do artesanato e a sua paixão é criar com materiais descartados. “Eu pego as coisas e já quero transformar”.  

 

“Primeiro eu comecei com borboletas de pet, bem bonitas e eu vi que dava para ir fazendo mais coisas. Decidi fazer colares, experimentei e fui pintando e o primeiro não saiu bom. Fui fazendo até chegar ao ponto que consegui montar direitinho”, narra Helena.  

 

Seus colares não tem corrente de metal, são todos de crochê para ficarem mais naturais, leves e evitar alergias. Os pingentes são de garrafa pet, lata de refrigerantes ou cerveja, papel, papel alumínio, sementes de pêssego e osso de peixe. 

 

“Nem te conto, eu estava comendo e olhando a cabeça do peixe. Ai eu vi o osso da bochecha e pensei ‘mas gente, isso aqui dá um brinco lindo’. Ai eu lavo ele, deixo nos produtos, passo escova, deixo no sol e tira todo o cheiro do peixe”. Além de brincos, o osso do peixe serve como pingente de colar e além da cor natural, eles podem ser pintados.

 

A artista lembra também sobre uma mulher que lhe deu diversas sementes de pêssego para ver o que Helena seria capaz de criar com eles e ela produziu brincos. No caso dos brincos de papel, diversos produtos são passados para que fiquem endurecidos e a artesã garante que ele podem ser molhados no banho que não estragam. 

 

Juliana Alves/HiperNoticias

artesãs do projeto da orla do porto em cuiaba

 Brincos feitos com osso da bochecha de peixe

Suas bijuterias não parecem ser feitas de produtos reciclados, pois os pingentes tem aparência de pedras, madrepérola e prata. E com as garrafas pets tem todo o processo de recorte, furos um por um, pintura, seca e a montagem da peça. É um processo longo e demorado é vendido a partir de R$ 5,00.

 

Helena costuma realizar as suas vendas na Orla do Porto e no Bulixo do Sesc. Relata que as suas maiores dificuldades são as vendas. “Aqui em Mato Grosso o povo quase não valoriza o artesanato e vende muito pouco. É falta de lugares bons para vender, aqui não tem lugares bons. Lá no Sesc eu vendo é mais para turistas, tem colares meus em muitos países por ai, quando vende bem é porque tem turista na cidade.”, conclui.

 

Leia também

Artesãos de Cuiabá vendem peças todos os fins de semana na Orla do Porto

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Álbum de fotos

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Juliana Alves/HiperNoticias

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros