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Cidades Domingo, 28 de Maio de 2017, 11:04 - A | A

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Domingo, 28 de Maio de 2017, 11h:04 - A | A

ATUALMENTE ATENDE 600 CLIENTES

Advogado que assassinou amante e delegado conta tudo

RAYANE ALVES

Com um passado sombrio, mas tudo quitado com a Justiça, o advogado criminalista Paulo Roberto Gomes dos Santos, 59 anos, atualmente com uma lista de pelo menos 600 clientes, resolveu receber a equipe de reportagem do HiperNotícias e contar um pouco de sua história, que pode virar documentários, livros e filme. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

advogado paulo roberto

Advogado Paulo Roberto

Procurado por diversos canais de TV e periódicos da cidade, o advogado nunca contou sua história publicamente. Mas dessa vez resolveu mudar de ideia e relatou um pouco de seu passado, que começa na vida de policial militar, em seguida investigador da Polícia Civil, engenheiro, vendedor e por último um jurista. 

 

No entanto, dentre uma profissão e outra, Paulo executou um delegado, esquartejou sua amante e trabalhou com vários nomes falsos e ainda fugiu de uma penitenciária. 

 

 

Tudo isso será relatado na entrevista prestada pelo advogado ao HiperNotícias. 

 

Leia a entrevista

 

HiperNotícias – Doutor, como aconteceu a morte do delegado Eduardo da Rocha Coelho, já que ele era seu chefe no Rio de Janeiro? Se puder, explique com detalhes. 

 

Alan Cosme/HiperNoticias

advogado paulo robertoPaulo se emociona ao lembrar de fases difícies da via para voltar a viver em sociedade

Advogado – Depois de ficar dois anos como policial militar e ir para a Polícia Civil ser investigador eu descobri no Rio de Janeiro uma gangue e a gangue era do delegado, por isso, eu acabei o matando, porque naquela época eu achava que na Justiça se você eliminasse essas pessoas acabaria o crime. Mas, não é assim. O homicida tem jeito. O ladrão e o traficante 99% não tem jeito. Conheço um ou outro que se salvou o restante não. No entanto, acredito que isso acontece porque essas pessoas não tem oportunidade. Muita gente tentou me matar quando fui levado para o Presídio Ary Franco – Água Santa, no Rio de Janeiro, só que se esqueceram que eu tinha nível superior e me jogaram lá. Eu apenas não tinha a carteirinha de advogado, porque policial não pode ter outra ocupação e quando descobriram isso meu irmão tentou me tirar um dia de noite de lá, mas eu fiquei um mês e acabei fugindo. No dia do crime, eu discuti com o meu chefe e acabei atirando na nuca dele. Depois disso, fiquei no mundão arrumei documento falso e trabalhei como garimpeiro, garçom, gerente, porteiro, cozinheiro, churrasqueiro em Rondônia, até completar cinco anos depois do crime.

 

Pensei em voltar para o Rio de Janeiro, no entanto, minha família me aconselhou a não fazer isso. Então decidi vender o que tinha em Rondônia e me mudar para Mato Grosso. Comprei algumas pastas que pintavam pneu e comecei a vender junto com sorvete. Já em um dia comum por coincidência encontrei um amigo advogado. Ele ficou surpreso por eu estar vivo e me chamou para trabalhar com ele em Lucas do Rio Verde. Coloquei um terno e fui.

 

HiperNotícias – E como conseguiu atuar como advogado usando os documentos falsos?

 

Alan Cosme/HiperNoticias

advogado paulo robertoAdvogado lamenta por ter que decidir não ser pai

Advogado – Cheguei à cidade de Lucas com o nome de Francisco Vaccani. Peguei um nome qualquer e juntei com o sobrenome do meu pai. Atuei sete anos como advogado. Não tinha carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas assinava normalmente. O Fórum era em Sorriso ainda naquela época e não em Lucas do Rio Verde, então eu precisava viajar com frequência para ir às audiências. Só que quando o Fórum passou para Lucas do Rio Verde em uma reunião descobriram que eu não era advogado e, com isso, o juiz deu ordem para me prender caso eu aparecesse no Fórum me passando por advogado. Mas, ele errou porque eu tinha amizades e as fontes me contaram então decidi sair da cidade e vim para Cuiabá já casado atuar como engenheiro florestal. Também fiquei sete anos atuando nessa área. Não era formado, mas sabia das técnicas por causa da profissão da minha mulher.

 

Arrumei outros dois documentos e fiquei com quatro identidades falsificadas. Duas eram para emergência e outras duas eu usava em Cuiabá e em Lucas do Rio Verde.

 

Liberava desmate, queima, tudo de forma normal. Como se fosse engenheiro. O que acho incrível é que ninguém me pedia documentos ou comprovação de que de fato era o profissional adequado para isso. Em uma dessas visitas conheci a estudante Rosimeire. E, após saber que usava nome falso para fugir da polícia ela então começou a me ameaçar. Ela foi sucinta e grossa no que queria. Me dizia: "separa da sua mulher ou vou te entregar para polícia". Fiquei doido e no dia 16 de abril a levei para Juscimeira e a matei.

 

Dois dias depois do crime, fui chamado a depor no prédio da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em Cuiabá. A pressão foi tão violenta e queria evitar minha esposa disso que me joguei do terceiro andar. Me quebrei todo. Foi Deus que me salvou, porque fiquei cinco meses internado. Foram diversas cirurgias.

 

Depois da recuperação fui levado para a cadeia de Juscimeira. Lá o pessoal não queria me aceitar porque fui classificado como suspeito com alto grau de periculosidade.

 

O sistema prisional tem uma coisa. Não aceita homens que matam ou estupram mulheres. Mas, cerca de 10 dias me aceitaram a entrar no raio 1 como uma pessoa comum, ou seja, sem nível superior.

 

Entrei costurando bola, e em nove meses passei a limpar os corredores. Tudo para ganhar remissão.

 

Lá o juiz me autorizou a montar um escritório de advocacia dentro da cadeia desde que não cobrasse pelos pedidos dos presos. Mas, a lei mudou de dois terços para um sexto na situação de beneficio de proteção.

 

E os presos ficaram alvoroçados com a conversa do juiz comigo porque queriam sair. Então organizaram uma fuga que aconteceu no dia 12 de junho de 2007.

 

Eu também iria fugir, mas decidi não ir porque Deus havia me dado a esposa e a saúde de volta.

 

Mas, sei que naquele dia eram para ter saído mais de 200 pessoas. Porém, só aproveitaram a brecha 60 pessoas. Tudo porque uma pessoa que estava do lado do muro saiu correndo e todos os outros tiveram que fazer da mesma forma. E quem estava dentro do buraco ficou.

 

Depois disso, o juiz pediu minha transferência ao diretor do presídio de Juscimeira. Pessoal não queria que eu saísse, mas falei vou sair de boa se não a gente vai levar tiro de borracha e muita porrada.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

advogado paulo roberto

Paulo Roberto se emociona ao lembrar trajetória de vida

HiperNotícias – Depois de sair do presídio de Juscimeira para onde o senhor foi transferido e como passou os dias?

 

Advogado – Fui levado para a Penitenciária Mata Grande em Rondonópolis (distante a 218 km de Cuiabá). Com dois dias me tornei representante dos presos também e a juíza Selma Rosane de Arruda, que agora trabalha na Sétima Vara Criminal. Nisso, faltava um mês para sair. A juíza me deu uma oportunidade e um computador porque viu que estava cheio de trabalhos. E, depois de alguns exames ganhei a liberdade. Foram quatro anos e quatro meses cumprindo a pena pelos dois crimes.

 

HiperNotícias – Depois de sair da cadeia como foi a trajetória para conseguir a carteira da OAB e quais as dificuldades que enfrentou para ser respeitado?

 

Advogado – Peguei a carteira da OAB em 2008. Mas, antes disso enfrentei muitas dificuldades. Teve uma época que deixava minha caminhonete no aluguel e andava a pé. Tudo para fazer algo de bem para alguém e apenas consegui trabalhar. Fui voluntário na Secretaria de Segurança Pública e na Secretaria de Justiça, mesmo assim o povo me tirou.

 

A ressocialização não existe em nosso país. Ninguém acreditava na minha carteira. Apenas eu. Fiz a prova para conseguir. Mas, no dia seguinte fiquei sabendo que tinha os direitos adquiridos para isso. Fiquei feliz peguei a carteira e fui à igreja contar meu testemunho. Nessa época, eu já havia deixado de ser aquele homem arrogante e entreguei minha vida a Deus.

 

Tenho 600 clientes atualmente. Mas, isso foi com esforço. Nunca passei na frente de ninguém. Mas, várias pessoas já fizeram representação contra mim para ser excluído da Ordem. Uma vez a imprensa publicou inclusive que perdi a carteira. Mas, pode checar que eu pago anuidade todo ano e sou membro instituição de advogados. Fiquei anos lutando em Brasília recorrendo por isso.

 

Acredito que no Brasil a criminalidade não para porque o preso quando sai da cadeia não tem oportunidade na vida. Entre os direitos retirados dele está o direito de votar. Como a pessoa pode melhorar se ninguém dá uma chance? A única opção é voltar para o mundo do crime.

 

HiperNotícias – Além de superar as condenações quais outras superações o senhor teve na vida?

 

Advogado – Sofri quatro acidentes. Um deles foi em Chapada dos Guimarães (distante a 65 km de Cuiabá), próximo ao paredão. Nos outros três o pessoal voltou a tentar tomar minha carteira. Mas, continuei em frente e neste ano estava previsto abrir mais três advocacias e uma assessoria jurídica em Itanhangá (distante a 447 km de Cuiabá), mas, no dia 16 de novembro de 2016, sofri outro acidente. Em uma velocidade estúpida porque estava atrasado para uma reunião, passando por uma rodovia federal perdi o controle, capotei o carro e me quebrei todo. Estou cheio de ferro pelo corpo. Mas, Deus me livrou.

 

HiperNotícias – Porque se tornou advogado? Era um sonho?

 

Advogado – Eu nunca tive vontade em ser advogado. Me tornei porque gostaria de uma oportunidade no mercado de trabalho. Ressocialização é utopia. Reeducando a gente costuma ver apenas como andarilho ou flanelinha. E hoje não basta ser uma pessoa íntegra. Porque as pessoas ainda vão tentar te derrubar. Continuo porque tenho a vontade de mostrar para as pessoas que estou vivo. Superei e não morri. Fui condenado a 13 anos pela morte do delegado e 19 e seis meses pela morte da moça e paguei por esses crimes. Porém, isso não bastou.

 

Precisei tomar decisões drásticas por meus atos. Fiz vasectomia e hoje choro amargamente por não ter filhos. Se fosse hoje não faria isso. Mas, a única coisa de que gostaria na vida era ter paz.

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JOÃO CARLOS 01/06/2017

CONHEÇO ESTE ADVOGADO DESDE QUE ELE SAIU DA CADEIA. AGORA, ELE É MUITO TRABALHADOR.

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Wender 30/05/2017

Uma historia de superação, uma oportunidade que Deus lhe deu, nesse mundo, tem muitas pessoas que criticam, se o próprio Jesus Cristo diz em sua fala vejamos: "O que faz Jesus Cristo diferente de todos os mestres, é que ele não busca ser sábio, Ele é a própria sabedoria. Jesus não deixou em nenhum momento do seu ministerio, que as circunstãncias O levasse a perder o foco do seu objetivo; a salvação do pecador. Jesus Cristo no texto de João 8:1-11, não se mostra apenas sábio, mas também, amoroso e misericordioso." Nesse contexto baseio, todo ser humano são dotadas de oportunidade, no qual seja, uma nova vida e uma nova pagina.

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junior 30/05/2017

SO NO BRASIL MESMO, O CARA MATOU , ESQUARTEJOU E AINDA TA AI DE BOA, ESSAS LEIS DO BRASIL SÃO MESMO UMA VERGONHA. SE FOSSE NUM PAIS SERIO ESTARIA EM PRISÃO PERPETUA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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equeal 29/05/2017

Servo de Deus? Com certeza não é. Maldito é o homem que toma o certo pelo errado e o errado pelo certo. Pior ainda são aqueles que contribuem para o mal prosperar no País e ainda usam o nome de Deus.

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MAYCON BATISTA 29/05/2017

JÁ TRABALHEI COM O DOUTOR PAULO. ELE É UM ADVOGADO LUTADOR E TEMENTE À DEUS.

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ZE CALOS 29/05/2017

Conheço esse advogado da igreja assembleia de deus. Ele é um servo de deus e muito competente.

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JOSELIANO 29/05/2017

sou cliente deste advogado, ele é um ótimo profissional. fazer a escolha de ser uma pessoa diferente após ter passado pela prisão, já é um ato de grande coragem e honra.

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Aldo 29/05/2017

Bom dia, eu também precisei dos serviços do Dr. Paulo por varias vezes, e fui atendido prontamente e fora do horário comercial de trabalho, como profissional pra min ótimo Advogado, como pessoa também ate agora não tem nada que o desabone, sobre os atos cometido por ele concordo e inaceitável e que teriam que ter leis muito mais rigorosas do que se aplica hoje em dia. Mais se a justiça julgou e esta lhe dando outra oportunidade, realmente temos que dar mais espaços para coisas boas ja tem muita noticia ruim no nosso dia a dia.

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Eli 29/05/2017

Olha, eu já precisei dos serviços desse advogado.... E precisei numa madrugada. Não tinha o dinheiro da fiança e nem dos honorários. Ele confiou em mim e paguei ele dois dias depois. Ele acreditou em uma pessoa estranha. Eu fiquei impressionado porque senti uma energia positiva neste homem. E porque ele, me ajudou. Acredito que a capacidade de julgar alguém só pode vir de Deus ! Então não cabe a nós julgar.

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Cuiabano 28/05/2017

Inversão de valores, o cara comete dois homicídio, falsifica identidade e comete outros crimes e sai como um vitorioso. #Bolsonaro2018

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11 comentários

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