O agente da Guarda Municipal, Cristiano Cordeiro, fez um trabalho que gerou comoção nas redes sociais e pelos amigos de trabalho. Andando por uma das vias mais movimentadas de Várzea Grande, Avenida da Feb, ele viu uma situação totalmente desumana que merecia um auxilio imediato.
Reprodução
Leonardo Massarette da Silva, 53 anos, estava sentado em baixo do viaduto da Dom Orlando Chaves, comendo comida estragada. Ao ver o homem em total estado de abandono e extrema miséria Cristiano ofereceu ajuda e, ao perceber que a oportunidade poderia passar e jamais voltar, Leonardo mais que de pressa sorriu e disse que sim.
“Avenida da Feb é uma das mais movimentadas de Várzea Grande. Outra pessoa também poderia fazer esse trabalho. Basta olhar do lado e oferecer ajuda. Isso é um ato solidário e não me custou nada. Apenas ajudei salvar a vida de uma pessoa que me agradeceu centenas de vezes por se preocupar com um cara desconhecido e vivendo em situação de abandono pela família”, disse.
Cabeludo, barbudo e faminto, Leonardo foi conduzido pela equipe da Guarda Municipal para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para receber atendimento. No local, ele pode tomar banho e receber os cuidados de barbearia além de conseguir um prato de comida feito na hora.
Além de morar na rua há mais de um ano, Leonardo contou a Guarda Municipal que também é usuário de drogas. Tudo começou porque ele foi agredido por um dos membros da família e decidiu sair de casa porque se sentiu violentado.
“Ele tem uma família convencional como outra qualquer pessoa. Tem esposa, filhos e outros familiares que também moram na cidade. Agora, nossa função é tentar reconstruir o elo familiar e caso isso seja impossibilitado nosso trabalho final será tentar uma internação”, afirmou.
Durante o tempo em que faz parte do grupo de apoio ‘Centro População de Rua’, Cristiano afirmou que uma das tendências é que o Poder Executivo ofereça ajuda, porém a família acaba por desprezar.
“Isso não ajuda em nada a pessoa querer mudar de vida sendo que um dos apoios base seria a família ajudar. Mas, eu vou continuar com este projeto tentando salvar vidas. Na verdade, a gente fala que é ajudar a pessoa a se ajudar. Assim, vamos conseguir diminuir a situação de extrema pobreza nas ruas da cidade”, estimou.
Esta não é a primeira vez que a Guarda Municipal encontra situações de vulnerabilidade nas ruas de Várzea Grande. Em maio de 2016, o agente Oliveira, que também faz parte do grupo de apoio, resgatou da rua o morador de rua identificado apenas como Anderson. A vítima é esquizofrênica e recebeu apoio medido e atenção psicossocial no Pronto Atendimento de Várzea Grande.
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