"Pela jurisprudência, essa decisão deveria ser tomada lá pelo dia 10 de setembro", disse Haddad durante sabatina promovida pelo portal Catraca Livre e pela Casa do Baixo Augusta, em São Paulo, nesta segunda-feira, 13.
Ele não quis, no entanto, comentar o procedimento que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode adotar para julgar a candidatura do ex-presidente. O ministro Admar Gonzaga, um dos integrantes da Corte eleitoral, reiterou em despacho que a decisão sobre Lula pode ser tomada de ofício, ou seja, sem provocação do Ministério Público ou um adversário, ou após pedido de impugnação.
O PT registrará Lula como candidato e Haddad como vice na próxima quarta-feira, 15. Para marcar o registro, militantes farão um ato em Brasília. Na véspera, Haddad irá para a capital federal participar de atos públicos e acompanhar a "marcha" promovida por integrantes do Movimento Sem Terra (MST).
Debate
Com Lula preso, Haddad afirmou ser possível ele próprio estar no debate entre candidatos à Presidência na sexta-feira, 17, realizado pela RedeTV!. Segundo o ex-prefeito, o partido negocia com o canal de televisão e a emissora não discordaria de ter Haddad como representante de Lula no programa.
Ele ainda cobrou que os demais candidatos defendam a presença do PT no debate, lembrando que fez isso quando era candidato à reeleição na capital paulista, em 2016, e defendeu a presença de Luiza Erundina (PSOL) nos programas. "Eu não estou cobrando uma atitude que eu mesmo não tenha tido."
Nesta segunda-feira, o candidato a vice classificou com "plantação de gente que não tem importância" o movimento de uma ala do PT que procurou diminuir sua exposição e barrar sua indicação como porta-voz de Lula nos debates. Isso fez com que Lula mandasse um recado que Haddad é a "voz" e a "pernas" do ex-presidente enquanto ele estiver preso.
"Se alguém for representar, se a pessoa for com um discurso reto sobre isso, é melhor para o Lula que alguém o represente", disse Haddad.
Sobre os comentários que poderia adotar o nome "Fernando Lula Haddad" na urna em outubro, o ex-prefeito disse que nunca pensou sobre isso e que espera nem precisar estar na chapa. A deputada gaúcha Manuela dÁvila (PCdoB), que assistiu à sabatina na plateia, foi indicada para assumir a vice após a decisão judicial sobre Lula.
No domingo, 12, o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, relatou que o juiz federal Sérgio Moro "exigiu" que o mandato de prisão contra o ex-presidente Lula, em abril, fosse cumprido rapidamente após expedido. Comentando a declaração, Haddad disse que "as coisas estão sendo mal conduzidas" no processo que levou Lula à condenação e à prisão.
Imposto sindical
Fernando Haddad defendeu que, caso o imposto sindical continue extinto no País, apenas trabalhadores sindicalizados sejam beneficiados em acordos coletivos.
"Ou tem imposto sindical, ganha todo mundo, ou não tem imposto sindical e ganham só os sindicalizados", afirmou o ex-prefeito da capital paulista. Para ele, dessa forma os trabalhadores seriam motivados a pagar anuidades para entidades sindicais em troca de ser beneficiados pelo trabalho dos sindicatos.
Haddad classificou ainda a reforma feita no governo do presidente Michel Temer como "fiasco". O programa de governo do PT propõe revogar a medida e apresenta um referendo como instrumento para anular a reforma.
(Com Agência Estado)
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