"Já havia procurado emprego em várias áreas e tinha sido rejeitada. Não podia acreditar que voltaria a trabalhar no que mais gosto: ensinando", conta. Ela foi uma das 20 tutoras selecionadas para dar aulas de conversação em inglês para estrangeiros na plataforma Soulphia. A empresa foi fundada pelos brasileiros Tiago Noel Souza, de 30 anos, e Felipe Marinho, de 40.
Os dois mudaram para os Estados Unidos para estudar e se conheceram em um projeto voluntário para moradores de abrigos. "Ficava aquela sensação de que poderia fazer mais por aquelas pessoas", conta Souza.
Com o apoio de ONGs e instituições de ensino, como a Universidade Columbia, eles firmaram uma parceria com um dos abrigos para selecionar e capacitar mulheres que poderiam ser tutoras - cada aula tem 45 minutos e é feita por videochamada. Elas custam entre R$ 40 e R$ 60 - 80% é pago às professoras.
A plataforma tem cerca de 300 alunos inscritos, a maioria brasileiras entre 30 e 45 anos. "Elas buscam mais educação e qualificação do que homens, mas, nesse caso, acho que são maioria nas aulas porque também se importam mais com o outro", afirma Souza.
A psicóloga Patrícia Schuindt, de 30 anos, começou a fazer as aulas em novembro para ganhar confiança ao falar inglês. "A aula é muito focada nas conversas. Elas corrigem e me ajudam a treinar alguns sons que eram difíceis de falar."
Todas as professoras fizeram curso para se adaptar à metodologia, aprender a usar os equipamentos e identificar dificuldades dos alunos. Para as aulas, são estabelecidos roteiros de conversa - normalmente temas atuais, como imigração e machismo. "Agora sei que meu lugar é dando aula. Amo ensinar, gosto do contato com os alunos mesmo que seja por um computador. Essa troca me fortaleceu muito", diz Kymalekah. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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