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Artigos Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2017, 08:20 - A | A

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Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2017, 08h:20 - A | A

Rótulos perversos

Críticos usam critérios, fazem comparações, pesam situações para chegar a uma tese

JOÃO EDISOM

 

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João Edisom

 

“Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa”. Rubem Alves

 

A política brasileira, por desconhecimento ou intenções, sempre procura encurtar caminho nos debates e discussões. Ao invés de aprofundar, rotula. Por isso é tão presente explicações resumidas a golpista, coxinha, petralha, nazista, pelego, direitaça, esquerdopata e etc. Tudo isso são rótulos, generalizações que ferem, machucam, causam intrigas e escondem as verdades sem nada contribuir.

 

Rotular faz parte do universo cultural e politico brasileiro, principalmente dos que sabem pouco e falam muito. Como já dizia Mario de Andrade, “as pessoas não debatem conteúdo, apenas os rótulos”. Isso é de um empobrecimento enorme, tão grande quanto o estrago que faz na vida e na história das pessoas rotuladas.

 

Mas o que é rotular? É fixar rótulo, etiquetar, é você julgar uma pessoa por alguma característica comum, como cor, classe social, tipo físico, um feito ou uma opinião, dentre outras coisas. 


É como se falasse que toda pessoa que foi filiada a um partido fosse corrupta. Aí quando você conhece alguém que por ventura tem características ou fala algo próximo ao que pensa os filiados daquele partido seu julgamento já é automático. Aí você não muda sua opinião porque você a rotulou.

 

Em Mato Grosso temos casos de rotulações que definharam governos e macularam a história, criando um engodo social para mascarar verdades, uma vez que o rótulo se tornou maior que os méritos da gestão. Isto traz prejuízo para a história e definhamento para possíveis carreiras políticas de sucesso. Mas se o mesmo não ocorre em outros governos, faz sobressair gestão medíocre como se grande tivesse sido e faz apequenar gestão de destaque.

 

Vejamos apenas dois exemplos de governos cuja rotulação mascara a verdade sobre eles. Governos que para o desenvolvimento do que Mato Grosso é hoje foram de suma importância, tanto do ponto de vista conceitual quanto dos números, independente de cor partidária ou ideologia.

 

Júlio Campos, governo de Mato Grosso no período 1982 a 1986, responsável pelo crescimento populacional do estado, desbravou as regiões mais distantes, fez estradas importantíssimas, asfaltou tantas outras e projetou o estado para a agricultura. Deveria ser lembrado pela população do estado como o gestor que criou as condições de desenvolvimento agrícola, agropecuário e de acesso. Mas por uma infelicidade brigou com os professores e apontou uma caneta em uma rede de TV, foi o suficiente para ser rotulado. É um dos maiores até hoje, mas sempre é mais fácil lembrar do rótulo.

 

Dante de Oliveira governou Mato Grosso de 1994 a 2001. Teve uma visão fantástica, modernizou o estado, transformou a agricultura doméstica em agronegócio, resolveu as questões energéticas para alavancar o desenvolvimento da indústria. Mas aí justo um senhor do agronegócio inventou uma tal de caixa preta e o rotulou de corrupto. Mais uma vez o rótulo ficou maior que os feitos.

 

O governo Pedro Taques terá que tomar muito cuidado, pois após a discussão sobre o RGA, para muitas pessoas a vontade de rotular seu governo é maior que a vontade de ver seus feitos e seus fracassos. Políticos, alguns partidários, e boa parte das pessoas que inclusive trabalham em seu governo cantam em prosas e versos frases de efeito para ver qual vai pegar. É o tal do quanto pior melhor.

 

Ser critico de um governo ou uma politica de Estado não tem nada a ver com rótulos. Críticos usam critérios, fazem comparações, pesam situações para chegar a uma tese. Rotulistas só precisam de uma oportunidade para soltar uma frase que desqualifique o gestor indesejado. Políticos rotulados apresentam dificuldades para seguir na vida pública. Como afirma Jeziel de Carvalho: “Elimina os rótulos e vamos ver o que essa gente faz... Nada! Não sabem lidar com a essência...”

 

*JOÃO EDISOM é Analista Político, Professor Universitário em Mato Grosso e colaborador do HiperNotícias.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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