Quem precisa de um dia para ser mulher?!

Datas comemorativas têm o teor de relembrar eventos históricos, lutas ou conquistas de algo, alguém ou grupos, mas no caso da 'mulher', não é preciso uma data específica para que 'elas' estejam em voga. Óbvio que, infelizmente a evidência em torno do sexo feminino, na maioria das vezes traz à tona, assuntos negativos como exemplo: "a violência", contra o ser que, historicamente trava batalhas na luta por igualdade.

 

O fato de ser mulher e por defender a classe não me torna feminista, pois a partir do momento que buscamos a igualdade, não vejo motivos para, de alguma forma, nos 'taxarmos' com um enfoque ou termo específico. Podemos ser mulheres pobres, ricas, negras, brancas, batalhadoras ou acomodadas, exageradas ou contidas, bonitas ou feias (num conceito relativo), emotivas ou frias em relação a sentimentos, cultas ou analfabetas, inteligentes ou desinteressadas do aprendizado, maduras, imaturas, dóceis ou violentas, profissionais ou não, corruptas ou honestas, fiéis ou infiéis, amiga ou desleal, companheira ou não, egoísta, intransigente, enfim, adjetivos não faltam para nos classificar. No entanto, pergunto: Alguma dessas qualidades ou defeitos se designam somente à classe feminina? Não! Todas as definições são aplicáveis também ao sexo masculino e demais opções. Mas, independente disso, o que vale é o "ser humano", este sim, de uma forma geral pode ser classificado por sua índole ou caráter.

 

Então, não dá para generalizar situações de fraqueza, fragilidade, docilidade ou demais situações que, grande parte da sociedade subentende como algo tácito ou que considera como "feminino". Ao invés de designar termos, o mais interessante é respeitá-los, pois nós mulheres não precisamos de "certa forma", um dia em especial para se lembrar todo um contexto histórico, mas sim, precisamos de dias melhores e, principalmente, do RESPEITO de todos que nos cercam em todos os ambientes!

 

É evidente que o respeito é direito de qualquer ser humano, mas infelizmente, não é a mulher que precisa ser doutrinada a determinados padrões de comportamento, pelo contrário, é o ser humano como um todo, que precisa aprender a se portar em relação ao outro, "um igual" que está próximo, independente da condição ou ambiente.

 

Irritante e desnecessário os famosos "jargões" para se definir isso e aquilo dentre as tantas escolhas, opções e opiniões do "politicamente correto". Respeitar é digno, é humano, é honesto, é de valor. Então, no dia de hoje, que seja de reflexão, de respeito aos valores humanos, para que um dia não seja mais necessário uma data que valorize a mulher. Somos humanos em todos os dias dos meses e anos, portanto, sejamos respeitosos e valorosos, todos os dias, para que nenhum ser se sinta inferiorizado ou menosprezado em detrimento de datas.

 

Viva a mulher, hoje e sempre, viva todas as mães, todas as profissionais e guerreiras desempregadas! Viva o respeito, a honestidade e o amor, viva a paz, a harmonia, a justiça e a benevolência. Viva a consciência para o fim do desrespeito, do assédio moral e sexual. Vivamos a dádiva de ser mulher, pois o privilégio está, exatamente na força que possuimos em ser fortes, audazes com a meiguice que encanta e, ao mesmo tempo surpreende! Felizes somos nós mulheres, pois do pouco que recebemos, sabemos transformar em muito além do precisamos!!!! 

 

*GLEID MOREIRA é jornalista em Cuiabá