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Artigos Quinta-feira, 30 de Junho de 2016, 11:19 - A | A

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Quinta-feira, 30 de Junho de 2016, 11h:19 - A | A

Mais política e menos judicialização

A equipe não teve o devido traquejo para trabalhar o tema e sempre objetivou o discurso duro e legalista

PEDRO FÉLIX

Arquivo pessoal

Pedro Felix

 

Dentro do jogo democrático em qualquer situação, ou País, ela, a democracia, só tem sentido quando o jogo dos contrários, numa luta constante e dialética processa os debates. O engalfinhar diuturno é o fio condutor que nivela a liberdade, a fraternidade e igualdade entre os pares. 

 

O debate é o espaço, a arena, onde propostas são enredadas e colocadas no fórum de votação. O tempo desigual de cada embate cresce ou diminui em importância ao evento proposto. 

 

No jogo político a bipolaridade, a dicotomia, geralmente são composições de forças que estabelecem o jogo. Portanto, situação de um lado e o posição de outro, são os times de um campeonato sem hora para acabar com etapas que turnos após turnos trazem vitórias e derrotas para progressistas, regressistas, conservadores, liberais, socialistas/comunistas e capitalistas, etc.

 

A atual tendência na América Latina e até anglo-saxônica é do recrudescimento da esquerda e o avanço momentâneo dos conservadores. A esquerda tem o discurso popular com propostas de ganhos sociais aos menos favorecidos, as minorias,   os conservadores um alinhamento com as elites financeiras.

 

O embate entre situação e oposição é mediatizado e ganha importância por que existe o público, o expectador, o eleitor, aquele que elege este ou aquele representante.

 

Estas preocupações teóricas, trazidas para a arena política mato-grossense e seus respectivos atores, seja o representante político, seja o público interessado (a população de modo geral e os servidores estaduais) demonstraram algumas nuances interessantes para o entendimento do (a) chamado (a) R.G.A. 

 

Nos discursos governamentais, vistos pelas matérias na mídia,  a equipe não teve o devido traquejo para trabalhar o tema e sempre  objetivou o discurso duro e legalista, com pouco jogo discursivo e mais judicialista. O discurso evoluiu do não se podia pagar nada, ao atual, de pagamentos parcelados. No imaginário dos servidores a equipe governamental ficou mais conservadora e menos democrática. 

 

O imperativo como prática tem desgastado o governo, que reage dizendo que outros estados não pagaram o reajuste e que MT, tenta pelos menos honrar com o que pode. O público por sua vez entende que a crise não foi gerada pelo lado que é governado, mas sim pelos que estão no poder. E cada Estado tem setores produtivos diferentes. Mato Grosso, segundo o IBGE entre 2010 a 2013 cresceu em média 7,3%, liderando o crescimento no País. A venda de produtos primários ameniza a crise, além dos questionamentos sobre isenções fiscais, impostos sobre o agronegócio e corrupção. 

 

Os servidores públicos do executivo não entendem, por que uns podem receber o RGA e outros não, como é o caso do Judiciário, TCE, Legislativo e Ministério Público. O governo replica judicializando que são poderes independentes.

 

A greve é a segunda fase de negociação, que todo trabalhador sempre teve para continuar conversando sobre seus problemas. Após mais de 20 dias de greve, considerada a maior que Mato Grosso já teve, a discussão pairou na Assembleia Legislativa.

 

Ali, pela maioria dos deputados pertenceram ao governo, continua o governo tendo e continuando suas posições, disfarçando e transferindo para o legislativo um ar democrático na discussão sobre o RGA. 

 

A pressão popular e a força do Fórum Sindical no entanto, têm reagido a estes movimentos do xadrez político por parte do governo. Vê também despreparo na Assembleia Legislativa que opta por parte  da maioria governista em votar a proposta do executivo, de olho nas emendas parlamentares que lhe darão suporte com os prefeitos nas próximas eleições de 2018,  e nas eleições da mesa diretora já em 2016.

 

A oposição no legislativo cresce em importância neste momento pois estar do lado do servidor é estar do lado, por exemplo, dos professores que em sala de aula além de suas atividades profissionais, também e inevitavelmente fala de suas condições sociais, e sabe que ele falará no futuro desta situação atual. Lembram do episódio da banana e da caneta dos governantes passados? 

 

A oposição espera e quer tirar proveito da situação e diminuir projetos governamentais mais altos como pretende qualquer governante em situação de poder vigente. 

 

O Fórum Sindical é outro componente a ser analisado. Formado por diferentes tendências políticas, sabe tirar proveito neste momento pela união dos mais diferentes sindicatos, uns mais aguerridos como o do Detran e o Sintep, outros mais cautelosos e poucos combativos.  A manutenção da greve fortalece o Fórum e enfraquece o governo e os deputados governistas. Quanto mais se alongar a questão, cresce positivamente os sindicatos e a oposição, definhando a situação.

 

*PEDRO FÉLIX é historiador e escreve em Cuiabá.

 

 

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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