Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,15
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,15
euro R$ 5,51
libra R$ 5,51

Artigos Segunda-feira, 17 de Julho de 2017, 17:02 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Segunda-feira, 17 de Julho de 2017, 17h:02 - A | A

Crises e falácias

Essas reformas não interessam aos trabalhadores

JUACY DA SILVA

 

Hugo Dias/HiperNotícias

Juacy da Silva

 

Antes de iniciar a reflexão sobre o momento grave que o Brasil está vivendo é importante que entendamos como nossos governantes tentam enganar a opinião pública em relação às verdadeiras causas dessas crises que afetam profundamente tanto as atuais quanto as futuras gerações.

 

É importante que a opinião pública, as pessoas, enfim, a população saiba ouvir e ler os discursos dos governantes, sejam eles integrantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e também dos barões da economia . Todos esses discursos estão afinados visando jogar nas costas do povo não apenas as causas mas também as consequências das ações públicas e as relações dessas ações públicas com o setor empresarial, que busca tão somente lucros e acumulação de capital, patrimônio e riquezas, pouco importando se o sofrimento do povo aumente ou diminua.

 

Para o filósofo Aristóteles, falácia é um sofisma, ou seja, um  raciocínio  errado que tenta se passar por verdadeiro, com o intuito de ludibriar as pessoas. De acordo com os diversos dicionários da língua portuguesa falácia  é um erro, engano, falsidade, uma ideia  errada que é transmitida como verdadeira, para  enganar  ou iludir as pessoas de boa-fé.

 

Isto é o que está  acontecendo por parte do Presidente Temer, seus ministros e parlamentares, muitos acusados de corrupção, que integram sua “base” no Congresso, que, mesmo em meio a uma tremenda crise onde é acusado formalmente pelo Ministério Público Federal  de atos de corrupção passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e outros crimes mais vindo a público  em delações premiadas de empresários e marqueteiros de campanha, quando o mesmo finge que não existe crise e defende com unhas e dentes suas propostas de reformas trabalhista e previdenciária, geradas nos porões de palácios, na calada da noite ou em sedes de grandes grupos econômicos.

 

Essas reformas não interessam aos trabalhadores, tanto do setor público quanto privado, vão precarizar ainda mais as relações de trabalho e, pior do que tudo isto, não vão tirar o Brasil do buraco em que governantes e políticos corruptos e incompetentes nos colocaram e ainda vão comprometer irremediavelmente as futuras gerações, que terão que trabalhar por 40 anos ou mais, sob  uma legislação draconiana que interessa apenas ao capital. Quem viver verá.

 

O argumento central da tese do Presidente, seu ministro da Fazendo , deputados, senadores e empresários que as apoiam é que as reformas mencionadas são necessárias para tirar o Brasil da crise, fazer a economia voltar a crescer, gerar empregos, acabar com o desemprego que atinge quase 14 milhões de desempregados e mais 17 milhões de subempregados.

 

Organismos internacionais que gozam de credibilidade, como a OIT - Organização Internacional do Trabalho, condenam abertamente as referidas reformas e apontam que as mesmas afrontam ou seja, contrariam diversas resoluções internacionais da ONU/OIT das quais o Brasil é signatário e que ao assim homologar tais resoluções, o País se compromete a  cumpri-las, sob pena de ser excluído desses fóruns internacionais.

 

Aqui no Brasil, internamente, o Ministério Público do Trabalho, o chamado fiscal da Lei, já se pronunciou, tão logo o Senado aprovou a matéria, apontando que vai recorrer ao STF por considerar que nada menos do que 14 pontos da reforma trabalhista são inconstitucionais.

 

Finalmente,  um argumento factual, se as leis trabalhistas e o Sistema previdenciário forem as verdadeiras causas do pífio crescimento econômico ou da recessão e desemprego que angustiam o país e mais de 30 milhões de desempregados e subempregados, por que durante mais de 70 anos em plena vigência da CLT e do Sistema previdenciário o Brasil apresentou elevados índices de crescimento do PIB  e baixos índices de desemprego, como ocorreram nos períodos dos governos de Getúlio Vargas,  Dutra, JK, por quase 20 anos dos governos militares, ou até mesmo durante os governos Sarney, Itamar,  FHC e Lula?

 

Basta ver as estatísticas nacionais referentes a essas décadas e governos referidos. Durante quase uma década, durante  governos militares, por exemplo,  o PIB do Brasil cresceu anualmente a taxas superiores a 8%,  10% ou até 14%, como explicar isso se essas mesmas leis trabalhistas e sistema previdenciário estavam em vigência?

 

Empresários nacionais e internacionais deixam de investir não por causa das leis trabalhistas e do sistema  previdenciário, como os dados das contas nacionais apontam durante anos e anos, mas sim, devido à corrupção, as mordidas dos agentes públicos, as propinas que precisam pagar para vencerem concorrências de cartas marcas e pelo ambiente de insegurança jurídica, pela burocracia paquiderme das instituições públicas, por altas taxas de juros praticadas no Brasil, pela precariedade de nossa infraestrutura rodoviária, ferroviária, aeroportuária e, finalmente, pela alta carga tributária e emaranhado fiscal.

 

Imaginar que simples mudanças nas leis trabalhistas e no sistema previdenciário vão desatar esses nós mencionados é uma grande falácia, um engodo que o Governo Temer, Deputados e Senadores teimam  em “vender” à opinião pública, com o único propósito de enganar o povo.

 

O problema  são as políticas e estratégias erradas, a falta de continuidade de políticas públicas, a corrupção que tomou conta do país, a incompetência de nossos governantes  e o fato que de o tesouro nacional tem sido colocado a serviço dos grandes interesses privados nacionais e internacionais. E no caso de Temer, um governo ilegítimo e impopular, marcado pela corrupção.

 

Se o diagnóstico está  errado, com certeza o remédio/tratamento também será errado e o problema não será solucionado, enfim, o doente (povo e o país) poderão morrer. Neste sentido estamos caminhando para o que está acontecendo na Venezuela  ou aconteceu na Argentina em anos passados. O Brasil não merece  uma classe política e governantes tão medíocres  que se escondem atrás de discursos falaciosos tentando enganar continuamente a população.

 

*JUACY DA SILVA é  professor universitário, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos organismos de comunicação. Email [email protected]   twitter@profjuacy 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Carlos Nunes 18/07/2017

Pois é, alguém ARREGAÇOU a Economia Brasileira, causando o desemprego de mais de 14 Milhões de trabalhadores...se o Brasil fosse um país sério (o De Gaule faz tempo dizia que não era), teria aberto uma SUPER-CPI pra saber Quem Arregaçou...e os responsáveis seriam punidos pelos crime da lesa-pátria. Como não vão aparecer os culpados, pois não haverá SUPER-CPI nenhuma, o povo brasileiro vai pagar a conta NA MARRA, sem choro nem vela. Muitos direitos adquiridos vão desaparecer da noite pro dia, e os Governos vão dizer que isso é necessário pra salvar o Brasil. Salvar De Quem? Já vi essa estória toda lá na Grécia, onde desgovernos ARREGAÇARAM o país...e o povo grego tá pagando a conta até hoje.

positivo
0
negativo
0

1 comentários

1 de 1

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros