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Artigos Quinta-feira, 04 de Agosto de 2016, 11:17 - A | A

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Quinta-feira, 04 de Agosto de 2016, 11h:17 - A | A

Carrocerias de madeira: segurança indiscutível

Do ponto de vista econômico a madeira é competitiva com outros materiais com base em custos iniciais

GERALDO BENTO

 

Assessoria

geraldo bento

 

Uma nova norma do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíbe a utilização de dispositivos de amarração em pontos de madeira ou, mesmo sendo metálicos, que estejam fixados na parte de madeira da carroceria. Editada em 17 de setembro de 2015 e estabelecida pela Resolução nº 552, a norma põe em xeque a segurança e eficácia de pontos de amarração em madeira. 

 

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Carrocerias de Madeira (ABFCM) contrapôs a determinação após estudo encomendado ao Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira (LaMEM), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa comprovou que a estrutura das carrocerias de madeira é capaz de resistir mais de três vezes à força solicitada. Então não há sustentabilidade técnica para proibição do uso da madeira na estrutura de carrocerias. Percebemos nesta determinação mais uma afronta ao comércio deste produto tão importante para a economia, que além de divisas, concentra quesitos sustentáveis e favoráveis ao meio ambiente.

 

Entendemos a absoluta necessidade de regras que visem o aperfeiçoamento da segurança no transporte de cargas e que o grupo de trabalho da Câmara Temática de Assuntos Veiculares do Contran é extremamente competente para esta finalidade. Todo o trabalho foi bem embasado e vem a somar e muito para segurança em nossas estradas.

 

No entanto, há que se considerar que mais uma vez a eficácia do produto é colocada à prova. A madeira é usada desde a construção civil até a indústria naval (e quando falamos em implementos rodoviários não há como falar da história do transporte de cargas no mundo sem passar pela carroceria de madeira). A madeira não tem histórico que a desabone como implemento rodoviário.

As carrocerias são fabricadas com madeiras de alta densidade e resistência. Este material não gera poluentes em sua produção além de ser de fonte renovável. Seu uso é controlado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em um sistema integrado nacionalmente, onde a extração é permitida sempre dentro do manejo florestal e neste é verificado desde a origem e transporte até o destino final.

 

Reforçamos aqui que o manejo florestal sustentável é a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando os mecanismos de sustentação do ecossistema e considerando, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços florestais.

 

Quase metade da área do Brasil é floresta. Se tecnologicamente manipulada e protegida de desastres naturais causados por fogo, insetos e doenças, as florestas vão durar para sempre. Conforme as árvores mais velhas são retiradas, elas são substituídas por árvores novas para reabastecer a oferta de madeira para as gerações futuras. O ciclo de regeneração, ou campo de sustentação, pode facilmente superar o volume que está sendo utilizado. A resistência da madeira, baixo peso e baixo consumo energético são propriedades essenciais. Ela é capaz de suportar sobrecargas de curta duração sem efeitos nocivos. Contrário à crença popular, grandes peças de madeira têm boa resistência ao fogo e melhores que outros materiais em condições severas de exposição ao fogo.

 

Do ponto de vista econômico a madeira é competitiva com outros materiais com base em custos iniciais e apresenta vantagens quando comparadas ao custo a longo prazo.

 

Nos Estados Unidos, Canadá e Austrália 90% das casas são construídas em madeira, 90% dos postes de eletrificação e cruzetas, 80% das pequenas e grandes estruturas de cobertura têm estruturas industrializadas (treliças com chapas com dentes estampados e madeira laminada colada e madeira laminada cruzada).

 

Nós somos um país grande concentrador natural desta riqueza e ainda não aprendemos a ter o olhar econômico, social e sustentável que a madeira merece. Até quando teremos que perder tempo com boicotes ao crescimento enquanto poderíamos estar rumando ao desenvolvimento?

 

*GERALDO BENTO é Presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal (FNBF), Diretor Financeiro do Centro Das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), Diretor da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e empresário no segmento de base florestal.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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