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Artigos Sexta-feira, 15 de Setembro de 2017, 17:03 - A | A

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Sexta-feira, 15 de Setembro de 2017, 17h:03 - A | A

Cadê o líder que estava aqui? O cargo no crachá o engoliu!

Sabe por que muitos líderes caem?

CYNTHIA LEMOS

Assessoria

Cynthia Lemos

 

Na sala do setor comercial:

 

- Você vai à festa? Pergunta Dante a sua colega de trabalho Débora, que responde:

 

- Vamos sim!

 

- Ah que bom! Estamos organizando tudo há 1 ano, muita economia para celebrar este dia, depois do susto que passamos com o acidente com o Gabrielzinho, ano passado. Esse  aniversário é para celebrar a vida!

 

- Imagino Dante! Todos sabemos disso, e estaremos lá para celebrarmos juntos essa vitória.

 

No dia da festa:

 

- Parabéns Dante e Juliana (esposa de Dante)! Que festa linda! Cadê o Gabriel? Ah está brincando, já vi ele ali no pula- pula!  - comenta  Débora, que acaba de chegar à festa.

 

- Seja bem-vinda Débora! Estamos muito felizes por estar aqui conosco, nesse dia de celebrar o renascer do nosso menino!-  recepciona Juliana.

 

Logo mais chega Ernesto Prada, diretor executivo da empresa, na qual Dante e Débora trabalham.

 

- Olá Prada! Quanta honra! Que bom que você veio! Seja bem-vindo! - recepcionou Dante.

 

- Ah que bom encontrá-los aqui! Os dois juntos, pois já aproveito e dou o recado! Fechamos a venda dos imóveis com aquele investidor! Deu certo! Agora lembrem na segunda de priorizar os contratos que faltam para fechar a venda! Precisamos dar foco nisso, por favor!

 

- Ah tá bom Chefe! Pode deixar!  Responde Dante, e continua: - Essa aqui é minha esposa Juliana.

 

- Ah sim, prazer Juliana! Essa aqui é minha esposa Marizete! Apresenta o Senhor Prada. E em seguida mostra à esposa aos seus funcionários.

 

- Marizete,  esses  são meus funcionários Dante e Débora!

 

Alguns líderes em alguns momentos precisam desse tipo de afirmação em público para se sentirem seguros, garantindo que se lembrem o "tamanho" do seu cargo.

 

- Muito Prazer! Linda festa! Diz a Sra.Prada.

 

- Obrigada! Vamos entrar... vou acompanhar vocês! -responde Juliana que segue em busca de uma mesa para o chefe do seu marido, que trouxe o ego, a empresa, as metas e as cobranças para a festa do "celebrar a vida" do filho de Dante, ali também o funcionário de Ernesto Prada.

 

Retrospectiva:

 

Há 8 anos...

 

-Bom dia Dona Sofia! Como está a senhora?

 

- Bem Prada, e você? - aceita um cafezinho? Acabei de passar!

 

- E vou recusar esse cafezinho incrível? Jamais! Responde Prada.

 

Mais uma lembrança:

 

- Bom dia Pessoal!

 

- Bom dia Prada!

 

- Como passaram o final de semana? Tudo certo? Pergunta o chefe

 

- Tudo Prada.

 

- Tudo ótimo Prada! – outro responde.

 

Chegou animado em Prada! - respondem cada um da equipe!

 

- Sempre animado pessoal, finalmente chegamos à última semana do mês, e agora é hora de fecharmos nossas metas com chave de ouro! Vamos juntos! Estou com vocês! -responde Prada.

 

Há 4 anos, no corredor da empresa, alguns colegas comentam sobre Ernesto Prada e sua trajetória:

 

 "Eu admiro Ernesto, ele me acompanhava sempre que eu tinha dúvidas ou dificuldades. Comecei a ter noção do quanto as ferramentas de gestão eram importantes e tive mais resultados no meu trabalho, graças à paciência dele! Aliás, eu nem sabia que essas  ferramentas existiam.

 

Como é bom vê-lo crescer na empresa não é mesmo?! Ele merece”, disse Leticia no intervalo do trabalho junto aos seus colegas Francisco e Débora, logo quando Prada foi promovido a Gerente Geral de uma unidade da empresa.

 

O que aconteceu com Prada? O que fez com que se desconectasse das pessoas? Da sua essência? E se tornasse mais um CHEFE? Conectado somente aos "cumpridores de tarefa"?

 

Sabe por que muitos líderes caem?

 

Por que quando chegam ao topo se esquecem da essência do que eram... do que fez com que  chegassem até lá!

 

Como vejo histórias parecidas a de Prada, pessoas que fizeram tudo para chegar ao tão sonhado "topo" e dali fizeram sua identidade, sendo tomados pelo crachá do cargo que ocupam.

 

Em outra ocasião, em um futuro não tão distante:

 

- Prada foi um erro! - comenta Sr. Nestor, presidente da empresa, com um dos conselheiros do conselho administrativo, e o duro é perder o grande gerente que tínhamos junto com um  diretor... Não sei o que aconteceu... os resultados não vêm, observo a equipe desmotivada desde que Prada assumiu a diretoria, tenho a impressão que estamos andando para trás. - comenta o presidente, reflexivo.

 

Consequências parecidas como esta também são muito comuns.

 

O setor de Recursos Humanos direciona Ernesto Prada para o Processo de Coaching como tentativa de resgatá-lo.

 

Objetivo: Ernesto só precisava ser quem era antes de se tornar diretor, aliás, ser quem era foi o grande motivo de ter sido o escolhido, o merecedor de tal função e acreditado como aquele que possibilitaria maior crescimento à empresa, devido à sua forma de conduzir o time, de formar pessoas, de motivar e inspirar.

 

Prada vai para a sua primeira sessão de coaching, e no decorrer dela, desabafa:

 

- Não sei o que acontece... Me sinto perdido. É como se não soubesse mais quem eu sou. Sinto saudades daquele Ernesto... do Prada que tinha o apoio da equipe... desabafa aparentemente decepcionado consigo mesmo, mas já se situando sobre si,  já "caindo algumas fichas" e retomando seu centro...

 

Este cenário é muito comum nas empresas e entre os profissionais, mais comum quando estão a assumir um novo desafio. Aquele sentimento de saudade do que eram e como consequência a perda das rédeas de si mesmo, da própria essência, do que faziam e de como faziam..., chamado de recursos internos) que foram com certeza os grandes impulsionadores da carreira de Prada, que por algum motivo se perderam, ficaram "esquecidos" e precisam ser relembrados.

 

Esta é mais uma história embasada em situações reais que vivencio em meu trabalho, e que quis compartilhar com vocês, com a intenção de mostrar várias perspectivas sobre um mesmo fato, situação, que no piloto automático do dia a dia, costumeiramente olhamos sob uma  única perspectiva, praticamos julgamentos e tomamos decisões que correm o risco de serem até injustas.

 

Algumas reflexões servirão a você profissional ou empresário (se assim desejar), sobre algumas das situações cotidianas nas empresas, que devem ser olhadas com uma lente mais ampla e de vários ângulos, para se tomar decisões mais acertadas sobre situações simples ou mais complexas.

 

*CYNTHIA LEMOS é psicóloga empresarial e coach na Grandy Desenvolvimento Humano. Especialista no desenvolvimento de líderes e empresas tem a missão de: expandir a consciência e gerar ações transformadoras – para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos.   

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Larissa Leite 16/09/2017

Excelente artigo! Quando a pessoa torna-se "líder", há mudança de conduta, a todo momento usa do subordinado para "gentileza", posiciona prazo para determinados processos em tempo mínimo, as informações não são repassada aos demais colegas de setores pois os trata como inferiores e acredita que estas não são necessárias compartilhá-las, isenta do processo operacional em situações de ausência de um colega da equipe pois considera-se superior para tais funções, "corta" relação com o superior para que não haja contato e caso seja necessário, deve-se primeiramente comunicá-la e este conduz o assunto, porém é repassado à Direção como se tivesse executado tal tarefa, apresenta-se aos novos colaboradores como "sou fulano e sou Gerente deste setor" e a equipe como "este é fulano e ciclano e é "são meus auxiliares". Porém questiono: "Por que é tão interessante mencionar o cargo ao invés do que o departamento executa?" Respondo: "Porque alimenta o ego em mencionar que possuo colaboradores abaixo do meu cargo" Consequentemente toma por medidas como ausentar para comparecer ao outro departamento, alterar horário de jornada/intervalo por alguma necessidade extraordinária, entre outros, deve-se comunicar previamente e sendo que, anteriormente ao obter o cargo, este não executava a função como deveria, não respeitava o seu superior pois haver tempo de casa, ausentava por longo período, etc. São atitudes incabíveis que está se tornando rotineiro nas empresas e que a própria Direção não se atenta. Sugiro implementar pesquisa de clima para avaliação 360 ºC, principalmente entre os líderes para que tomasse por conhecimento e executar como prática, a melhoria em relacionar com os demais colegas, próprio setor, entre outros.

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