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Artigos Terça-feira, 25 de Abril de 2017, 11:58 - A | A

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Terça-feira, 25 de Abril de 2017, 11h:58 - A | A

Acredito no Brasil

A presente “delação do fim do mundo” oferece também ao Brasil a oportunidade de lecionar a todos uma declaração de início

RUI PERDIGÃO

 

arquivo pessoal

Rui Perdigão

 

Acredito principalmente no seu povo. Homens e mulheres que todos os dias lutam para conseguir trabalhar decentemente na terra, nas cidades e que ambicionando um Brasil melhor, mais justo e menos desigual. E acredito também estarem reunidas condições para o gigante Brasil poder dar algumas pequenas grandes lições a este mundo que a cada dia mais nos provoca. Lições sobre a necessidade das sociedades se organizarem na premissa de que a economia serve as pessoas e não o contrário, a perniciosa formula em que pessoas só servem para servir há economia. O Brasil não pode satisfazer-se como fornecedor continental do mercado, impõe assumir-se integralmente como um território composto por pessoas, onde a sua riquíssima diversidade e multiculturalidade é perfeitamente capaz de iluminar o caminho a muitos outros países.

 

Acredito que a educação é fonte de energia para o desenvolvimento humano e social, sabendo, no entanto que o resultado geracional que daí advém, não pode esperar pela mudança imediata, mais que premente, da realidade quotidiana. Nisso, acredito que a saúde física e mental do individuo é condição imperativa de um povo, sem a qual se restringe o valor maior da liberdade. Acredito que a fome e a miséria é um problema sócio-político, mantido pela falta de um dinheiro criteriosamente gerido numa lógica acéfala do lucro a todo o custo. Acredito na paz, como caminho mais seguro para construir, reconstruir e inovar uma sociedade, num claro antagonismo com o insistente chamamento às armas e uso de exércitos para confrontos onde prevalece a lei do mais forte. Acredito, pois que com outras e melhoras políticas o Brasil se permitirá apontar ao mundo que a solidariedade não é um estado d’alma temporário de caridade assistencial, ou uma mera demagogia de arremesso eleitoral, mas sim uma obrigação inclusiva, coletiva e estruturante para a edificação de um país. E no pleno domínio das suas riquezas, mundialmente invejáveis, o Brasil poderá seguramente expressar ao mundo, o quanto é imperativo a autodeterminação de um povo e a soberania de uma nação.

 

A presente “delação do fim do mundo” oferece também ao Brasil a oportunidade de lecionar a todos uma declaração de início. Princípio de uma civilização humanizada e emancipada, jovem na sua força alternativa e progressista, liberta das amarras de antecedentes gerações tradicionalmente mais conservadoras e já esgotadas. Por principio, um Brasil forte dentro de si que salvaguarde a integridade dos seus habitantes de extermínios semelhantes aos já vividos em séculos passados, bem como das recorrentes propostas de um populismo paupérrimo que tudo generaliza para naturalizar problemas que estranhamente tanto lhe agradam. Um Brasil que não se deixa adormecer com a ideia de que os eleitores respondem intelectualmente pelos crimes dos eleitos e que, na limitada polarização da vida política entre o bem e o mal, se mantém suficientemente desperto para fazer ouvir as suas vozes do cimo do tripé dos poderes que as sustentam.

 

Acredito em jovens adultos brasileiros, muitos deles de elevado potencial político que pretendem uma vida vivenciada diferentemente das dos dias de hoje. Acredito que saberão assumir as responsabilidades de mudança e concretizá-las em contramão, de frente para um conjunto de analfabetos políticos que se agarram ao poder, igual caranguejo na rocha em mar revolto. Uns crápulas que se intitulam políticos e empresários e assim de mansinho se colocam a jeito para administrar a riqueza alheia e saquear o erário público em proveito próprio e de terceiros que operam longe das luzes, que não querem mais aplausos ou reconhecimento, na tentativa de proteger o rosto do escárnio popular ou o pescoço da guilhotina.

 

Acredito ter uma saudável dificuldade em aceitar a midiatização das histórias de ontem e sérias dúvidas nas sentenças proferidas hoje, mas isso em nada me remove de acreditar decididamente no futuro do Brasil. Que emigrem todos aqueles que não acreditam e que se sentem envergonhados, todos que renegam as suas origens e tudo negam aos outros. Eu, por cá ficarei amando, lutando e acreditando.

 

 

*RUI PERDIGÃO é Administrador, consultor e presidente da Associação Cultural Portugueses de Mato Grosso.

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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