Os pecuaristas de Mato Grosso comemoram os resultados das exportações da carne in natura que exportou 21,95 mil toneladas, gerando receita de US$ 89,5 milhões no mês de março. Este é maior volume embarcado do Estado na série histórica. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Ao analisar os dados, o Instituto Mato-grossense de Economia (Imea) avaliou que o avanço é justificado principalmente pelo incremento nas compras dos países do Oriente Médio, responsáveis por 42,18% dos envios mato-grossenses no mês passado. Além disso, os dados mostram que o Estado registrou o melhor 1° trimestre de exportação dos últimos quatro anos, exportando 61,30 mil toneladas no período.
“Com isto, é possível dizer que, mesmo com os problemas envolvendo as compras da carne bovina pela Rússia, a proteína bovina mato-grossense vem ganhando espaço no mercado externo, melhorando sua competitividade e demonstrando seus avanços qualitativos”, apontou o boletim semanal sobre a bovinocultura.
O mercado internacional tende a se expandir ainda mais. Nesta terça-feira (17), durante coletiva à imprensa, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que haverá abertura de novos mercados às carnes brasileiras. Uma missão técnica da Indonésia chegou nesta segunda-feira (16) ao Brasil e vai ficar no país até a sexta-feira (20), visitando frigoríficos em diversos Estados. Posteriormente, serão definidos os detalhes para a elaboração do Certificado Sanitário Internacional (CSI) que viabiliza os embarques do produto.
“Além disto está sendo acertada para maio, possivelmente nas primeiras semanas do mês, a vinda da tão esperada missão da China, para ampliação do número de plantas frigoríficas autorizadas a embarcarem todos os tipos de carnes (bovina, suína e de aves) aquele país”, adiantou Maggi.
Carne suína
O ministro explicou ainda que está em fase final a reabertura do mercado da Rússia à carne suína brasileira. O ministro já enviou carta às autoridades sanitárias russas informando as medidas adotadas pelo Brasil para viabilizar a volta dos embarques àquele mercado. As exportações à Rússia foram suspensas em dezembro de 2017, sob a alegação de presença de ractopamina em cortes suínos. Está prevista para o próximo dia 24 de abril reunião entre autoridades sanitárias do Brasil e da Rússia para os acertos finais à retomada do comércio.
O diretor-executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, explica que o mercado internacional da carne bovina mato-grossense está em expansão e com perspectiva de novos compradores. “O país tem conquistado novos consumidores e isso está segurando o desempenho do setor. Apesar da recuperação econômica do Brasil, o mercado interno ainda não retomou patamares anteriores e a venda de carne sente os reflexos diretos da crise”.
Do total de carne produzido no Estado, 80% abastecem o mercado nacional e 20% vão para a exportação. Apesar da menor proporção, nos primeiros três meses foram mais 60,7 mil toneladas de carne in natura embarcadas.
Durante a 7ª edição da InterCorte Cuiabá, palestrantes falaram da importância destes novos mercados internacionais para o consumo da produção brasileira, mas destacaram que são consumidores exigentes. “O horizonte aponta uma demanda promissora para a carne, mas com exigências. É preciso padronizar nosso produto”, afirma Fabiano Tito Rosa, zootecnista e gerente de compra de gado do grupo Minerva.
E o produtor está atento a esta demanda. Em Mato Grosso, muitos pecuaristas já produzem para atender mercados específicos, como é caso do Mário Wolf, de Nova Canaã do Norte. Ele produz animais da raça Rubia Gallega para uma grande rede de supermercados do Brasil. A carne é direcionada a consumidores que exigem modelos sustentáveis de produção, como o adotado pelo senhor Mário Wolf, por meio da integração lavoura-pecuária.
O pecuarista, porém, alerta para a necessidade de remunerar pelos produtos que possuem padronização. “Falta a indústria pagar um diferencial ao produtor que investe para atingir a qualidade exigida. Temos muitos pecuaristas aptos para atender a estes mercados, mas não são remunerados para isso”, explica Mário Wolf.
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